sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Embrapa lança cultivares de uva e maracujá em Mato Grosso


Fruticultores de Mato Grosso passam a contar com novas cultivares de uva e de maracujá adaptadas às condições climáticas do estado. Nesta sexta-feira, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária lança, em Sinop (MT), a uva para suco BRS Magna e o híbrido de maracujazeiro azedo BRS Rubi do Cerrado. A cerimônia de apresentação será na sede da Embrapa Agrossilvipastoril, a partir das 8h30, e contará com a participação de pesquisadores que trabalharam no desenvolvimento dos materiais, técnicos que atuam na cadeia produtiva da fruticultura e convidados.

As cultivares de uva e de maracujá foram desenvolvidas pelos programas de melhoramento genético da Embrapa Uva e Vinho e da Embrapa Cerrados, respectivamente. Em ambos os casos, as plantas foram validadas em Mato Grosso por meio de parcerias. No caso da BRS Magna, a validação ocorreu em Nova Mutum, na região Médio-Norte do estado, com apoio da Agropecuária Melina. Já a BRS Rubi do Cerrado foi validada em Terra Nova do Norte, no Norte mato-grossense, com apoio da Coopernova.

A apresentação dos dois materiais será feita juntamente a um módulo da Capacitação Continuada de Técnicos da Cadeia Produtiva da Fruticultura. Desta forma, os participantes poderão conhecer melhor as cultivares e o trabalho de melhoramento genético de frutas desenvolvido pela Embrapa.

BRS Magna

A BRS Magna é uma cultivar de uva para suco, que tem como principal característica a ampla adaptação climática, podendo ser cultivada em regiões de clima temperado, como a Serra Gaúcha, ou tropical úmido, como em boa parte do estado de Mato Grosso. Tem um ciclo de produção de médio a precoce, o que possibilita a colheita de duas safras por ano em regiões tropicais. A nova cultivar apresenta um sabor aframboesado, uma coloração violácea intensa e um alto teor de açúcar – de 17 a 19 ° Brix –, podendo ser utilizada para a elaboração de sucos pura ou em conjunto com outras variedades. Com o peso médio de 200g, o cacho é levemente compactado, a baga tem tamanho de 18mm x 20 mm e a produtividade está em torno de 25 a 30 toneladas/ano.

BRS Rubi do Cerrado

A nova cultivar de maracujá produz aproximadamente 50% de frutos de casca vermelha ou arroxeada com peso de 120 a 300 gramas (média de 170g) e rendimento de suco em torno de 35%. Outras características importantes são a melhor resistência ao transporte, maior tempo de prateleira e elevados níveis de resistência às principais doenças do maracujazeiro (virose, bacteriose, antracnose e verrugose).

Comercialização

A comercialização das gemas da BRS Magna e das sementes da BRS Rubi do Cerrado será feita pela Embrapa Produtos e Mercado, escritório de Campinas (SP). No caso da cultivar de uva, os materiais estarão disponíveis a partir de julho de 2013. Os produtores e viveiristas interessados deverão solicitar a reserva de sementes, que estão sujeitas à disponibilidade de estoque. Após o cadastro de reserva, o cliente deverá aguardar o contato da Embrapa, por email. Para mais informações sobre as reservas de sementes, acesse: www.campinas.spm.embrapa.br. Telefone (19) 3749-8888, fax (19) 3749-8890 ou email sac@campinas.spm.embrapa.br.

23/11/2012
Gabriel Faria 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Exóticas e invasoras


Xico Graziano

Existe uma repulsa dos ambientalistas brasileiros contra as plantas chamadas exóticas. Sua posição, radical, idolatra a vegetação nativa


O assunto virou tabu: espécie exótica é do mal; nativa, do bem. Polarização falaciosaEspécies exóticas, sejam plantas ou animais, consideram-se as originadas nos ecossistemas de regiões distintas da local, ou seja, estrangeiras. São exóticas no Brasil, por exemplo, as árvores típicas da Europa, como o cipreste italiano. Da mesma forma, vieram de longe para a arborização urbana a enorme tipuana (argentina), o lindo flamboyant (africano), a falsa-seringueira (asiática) e o álamo (canadense). Apenas a sibipiruna ou os coloridos ipês são nativos do Brasil. Nenhum cidadão discrimina a sombra fresca que todas oferecem ao calor do asfalto.

Imperam também, dentre as frutas encontradas na mesa dos brasileiros, as variedades importadas. A banana, a laranja e o figo têm origem na Ásia, enquanto o abacate e o abacaxi vieram da América Central. Variadas origens caracterizam a fruticultura, como no caso da melancia (africana), da manga e da jaca (indianas), da maçã (siberiana), do caqui e do pêssego (chineses), da uva (do Oriente Médio), do moranguinho (europeu).

O mamão é americano. Latino-americanas são a pitanga e a goiaba. Brasileira, mesmo, fica a jabuticaba.Assunto curioso. Veja o caso de verduras e legumes. Nesses vegetais se destacam as exóticas cebola e alface (asiáticas), a berinjela e o pepino (indianos), a cenoura, a beterraba e a couve (mediterrâneas), o cará, o maxixe e o quiabo (africanos). Restam como latino-americanos o chuchu, a abóbora e o pimentão. Sul-americano, sabidamente, apenas o tomate.

Interessante é saber que exótica é também boa parte dos grãos que alimentam o povo, a começar do arroz, da soja (asiáticos) e do trigo, cujas origens se encontram na Europa e na Ásia. Amendoim, girassol, batata e milho, por sua vez, surgiram originalmente nas montanhas andinas da América. O café, bebida adorada pelos brasileiros, nasceu na África, a cana-de-açúcar veio da Índia e o feijão, típico do prato nacional, tem origem difusa em vários continentes. Verde-amarela, essa, sim, resta a mandioca, aqui relatada desde Pero Vaz de Caminha.

Normalmente as pessoas desconhecem a origem dos alimentos. Isso, entretanto, não as impede, nem aos próprios ecologistas radicais, de consumi-los com apetite, independentemente da procedência. Saborosos e nutritivos, todos têm sido fundamentais para a qualidade de vida dos povos. Fruto do trabalho da agronomia, caíram no gosto popular e se tornaram cosmopolitas. Viajaram o mundo.

Existe um sentido mais restrito para o conceito de planta exótica. Também é considerado dentro de um mesmo país, ou região, para se referir às espécies que, embora do mesmo país, tenham origem num bioma distinto do local. Assim, no território de São Paulo, situado no bioma da Mata Atlântica, considera-se exótica a seringueira, eis que nativa do bioma da Amazônia. Vejam outros casos. No Nordeste, ao contrário do que muitos pensam, o praiano caju é exótico, pois sua origem está na Floresta Amazônica; idem o cacau, que, embora seja também amazônico, adorou viver nas terras de Ilhéus. O coco-da-baía, destarte, ostenta no nome a terra de Jorge Amado, mas chegou da África, trazido pelas correntes marinhas. Inusitado.

Na recente discussão sobre o Código Florestal, o assunto da vegetação exótica tomou destaque. Propunha-se que, sob certas condições, plantações frutíferas ou silvícolas pudessem ser utilizadas para ajudar na recomposição de áreas de preservação permanente, mormente as próximas dos cursos dágua. Além de proteger as beiradas dos córregos, teriam função produtiva. Ganha a natureza, ganha o agricultor.

Houve, porém, forte restrição dos puritanos ambientais. O temor ecológico contra as plantas exóticas advém, primeiro, do fato de que, sendo estranhas à flora nativa, elas não participam das cadeias produtivas alimentares, pouco auxiliando na vida silvestre. Segundo, as espécies retiradas de seu ecossistema nativo se livram de predadores e parasitas naturais, que lá controlam sua população. Livres de competidores, podem se multiplicar exageradamente, prejudicando a flora e a fauna locais.

Esse fenômeno, que caracteriza as chamadas plantas "invasoras", é tido pelos estudiosos como a segunda maior ameaça mundial à biodiversidade, perdendo somente para a exploração humana na destruição dos hábitats naturais. A gravidade da contaminação biológica causada por espécies exóticas motivou a ONU a criar, em 1997, um programa específico para enfrentá-la. A matéria, complexa, caiu nas graças dos ecoterroristas, os que pregam a catástrofe planetária.

Em muitos casos, providências, algumas drásticas, precisam ser tomadas para impedir a invasão dos ecossistemas. Mas, embora exóticas, as plantas podem servir ao bem. Basta monitorar, se necessário controlar, pôr a técnica acima do preconceito ecológico. Nas áreas degradadas, algumas espécies florestais podem servir como "pioneiras", sombreando as mudas nativas para que cresçam melhor, favorecendo o processo de recuperação ambiental. Por essa razão, o novo Código Florestal acabou permitindo, de forma restrita, o uso das exóticas em sistemas misturados com espécies nativas.

Na Serra do Mar paulista, entre Mogi das Cruzes e Bertioga, surpreendente recuperação da Mata Atlântica se verifica nas sombras dos antigos eucaliptais, raleados, mantidos pela Suzano, empresa de celulose. A silvicultura inteligente cria uma segunda natureza, que ajuda, e não atrapalha, a civilização humana.

O Estado de São Paulo
13/11/2012

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

“Hortaliças na Web” incentiva consumo e ensina a reduzir desperdício


 

Com o intuito de incentivar o consumo de hortaliças e promover uma alimentação saudável para toda família, a Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) lança o site “Hortaliças na Web” (http://www.cnph.embrapa.br/hortalicasnaweb/index.html) que traz cerca de 150 receitas e também dicas de como comprar, conservar e consumir hortaliças.

De acordo com a engenheira agrônoma Milza M. Lana, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, o objetivo do site é contribuir para o aumento do consumo de hortaliças pela população brasileira, oferecendo diversas opções de preparo desses alimentos, com receitas nutritivas, práticas e baratas. Pretende-se também orientar a população sobre os atributos de qualidade a serem considerados na hora da compra e o correto manuseio e acondicionamento das hortaliças no mercado e na residência para evitar desperdícios.

O destaque do site “Hortaliças na Web” fica por conta da seção “50 hortaliças” que relaciona informações específicas de cada hortaliça como origem, valor nutritivo, receitas e, claro, dicas de como comprar, conservar e consumir cada uma delas. Mas ainda há outras cinco seções com informações exclusivas.

- Hortaliça combina com todas as refeições: além das tradicionais receitas de sopas e saladas, essa seção ensina como aproveitar a diversidade de cores e sabores que as hortaliças oferecem do café da manhã até o jantar. Há inúmeras possibilidades de preparar a mesma hortaliça, basta variar de acordo com o gosto da família e o hábito de alimentação.

- Como obter o melhor de cada hortaliça: essa seção destina-se àqueles que se interessam em conhecer novos paladares, mas não sabem como escolher produtos de boa qualidade nem como prepará-los.

- Hortaliça e dinheiro não se jogam fora: como são produtos muito perecíveis, é preciso saber como armazenar as hortaliças para reduzir as perdas em casa e evitar desperdícios. Vale destacar que o adequado acondicionamento é essencial para a preservação da qualidade sensorial e nutricional das hortaliças.

- Quem quer saúde vai à feira: esta seção explica a importância de consumir hortaliças diariamente. Ricas em vitaminas, fibras e sais minerais, as hortaliças são fundamentais para a manutenção da saúde. Tanto que a Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão de, pelo menos, três porções de hortaliças por dia.

- Sua receita ideal: neste espaço, o usuário do site consegue filtrar as receitas de acordo com as hortaliças de preferência. Há também a possibilidade de excluir da busca as hortaliças que não gosta ou não tem em casa, por exemplo.

01/11/2012
Embrapa