segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Embrapa anuncia 1º feijão transgênico do mundo para 2016



A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) anuncia para 2016 o lançamento do primeiro feijão geneticamente modificado do mundo. A cultivar conterá um gene com resistência ao vírus do mosaico dourado, que é transmitido pela mosca branca.

O feijão transgênico já possui liberação comercial no Brasil desde setembro de 2011, concedido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). As pesquisas demoraram cinco anos mais em função de uma descoberta feita durante os testes de campo: o ataque do Carlavírus, que acabava sendo ocultado pelo mosaico dourado.

A Embrapa distribuiu norma técnica, através de sua assessoria de comunicação, anunciando que neste ano foram finalizados os “ensaios de valor de cultivo e uso”. Tratam-se de testes exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o conhecimento e seleção do material genético.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu que a ministra da Agricultura, Katia Abreu, explique a demora no lançamento do feijão transgênico. Em sua solicitação ele exige saber os “reais motivos que impediram, até o momento, que uma tecnologia genuinamente brasileira fosse disponibilizada”. Afirma ainda que a “introdução do feijoeiro geneticamente modificado, cultura largamente praticada por pequenos agricultores, desde o seu trâmite na CTNBio, sofre fortes ataques de grupos com orientação ideológica contrária ao uso de transgênicos”.

Leonardo Gottems
Agrolink
31/08/2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Plantas geneticamente modificadas: Área cultivada atinge 181 milhões de hectares em 2014

A área cultivada com plantas transgênicas continua aumentando. Em 2014, com um aumento de 3%, ultrapassamos os 181 milhões de hectares cultivados em todo o planeta, 6 milhões a mais que em 2013. O maior aumento se deu nos EUA e no Brasil. Nos demais 28 países não houve variação da área cultivada. Uma redução foi registrada na área cultivada com milho. Já o cultivo com soja, algodão e canola continua crescendo.

Plantas geneticamente modificadas: área mundial cultivada entre 1996 a 2014 em milhões de hectares
Como no ano anterior, o International Service for the Acquisition of Agri-Biotech Applications (ISAAA) listou 11 países, nos quais as áreas cultivadas com plantas transgênicas ultrapassaram um milhão de hectares. No topo da lista encontra-se os EUA, com 73,1 milhões de hectares, seguido pelo Brasil (42,2), Argentina (24,4), Índia (11,6), Canadá (11,6) e China (3,9). Paraguai, África do Sul, Paquistão, Uruguai e Bolívia são os demais países listados.

O maior crescimento no ano passado se deu nos EUA (>3,0 milhões/ha). No Brasil, devido ao grande avanço da cultura da soja, a área cultivada com transgênicos teve um aumento de 1,9 milhões de hectares. Um crescimento também pôde ser percebido na Índia (algodão), Canadá (canola) e Paraguai (soja).

Já na China e África do Sul o cultivo teve uma leve queda. Segundo o relatório do ISAAA, o cultivo deve ultrapassar os 50.000 hectares em 19 países em 2015.

O uso comercial de variedades transgênicas destaca-se nas culturas da soja, milho, algodão e canola.

  •  A área cultivada com soja transgênica foi de 84,5 milhões de hectares em 2013, para 90,5 milhões de hectares em 2014. Com um aumento de mais de um milhão de hectares, o Brasil é o principal responsável por esse crescimento mundial. Também em outros países sul-americanos o cultivo de soja transgênica continua aumentando, como é o caso do Paraguai e Uruguai.
  •  A área cultivada com milho transgênico teve um decréscimo de 3,1 milhões de hectares, caindo para 54,3 milhões de hectares, reduzindo de 32 para 25% sua proporção na área cultivada com transgênicos. Essa queda se deve à redução da área cultivada com milho nos EUA.
  • Já a área cultivada com canola transgênica aumentou de 8,2 para 9,1 milhões de hectares, nível este já alcançado em 2012. O motivo desse aumento é a expansão do cultivo de canola no Canadá.
  • Depois da queda em anos anteriores, a área cultivada com algodão transgênico voltou a crescer em 2014, com um aumento de 1,4 milhões de hectares, atingindo os 25,3 milhões de hectares. Apesar disso, esse crescimento foi menor que o de outras culturas, o que fez com que a proporção da área cultivada com algodão caísse de 70 para 68%. O cultivo com algodão transgênico voltou a crescer na Índia, assim como no Sudão, onde o cultivo com plantas transgênicas alcança 500.000 ha.

As inovações nos OGMs continuam limitadas à resistência à herbicidas e à insetos-praga. Quase um terço (28%) dos transgênicos cultivados em 2014 consistem em plantas com mais de uma característica modificada.

Em 2013 foi realizado nos EUA o primeiro plantio de milho transgênico tolerante à seca (Drought Gard). Depois do cultivo de 50.000 ha no primeiro ano, houve uma grande expansão em 2014, atingindo os 275.000 ha.

No Bangladesh, em 2014, foi iniciado por alguns agricultores o cultivo de berinjela transgênica, produtora da proteína Bt, que protege a planta contra pragas, reduzindo a necessidade do uso de pesticidas. O ISAAA espera um crescimento no cultivo dessa berinjela para os próximos anos.

Outras culturas geneticamente modificadas, cultivadas mais frequentemente em pequenas áreas, são mamão (EUA, Havaí, China), abobrinha (EUA), tomate, pimentão e álamo (China). Ainda podem ser acrescentados a beterraba transgênica (EUA, Canadá) com 490.000 ha, assim como a alfafa transgênica, importante alimento para as vacas leiteiras nos EUA.

Segundo dados do ISAAA, 18 milhões de agricultores cultivam plantas transgênicas no mundo. Na Índia, 7,7 milhões de pequenos agricultores cultivam algodão transgênico. Na China, os mesmos somam 7,1 milhões. Nas Filipinas, 415.000 pequenos produtores passaram a cultivar milho transgênico em suas lavouras.

28/01/2015
(Tradução livre)