segunda-feira, 14 de maio de 2012

CNA apoia tratamento diferenciado ao pequeno produtor


14/05 

Senadora Kátia Abreu diz que já conversou com a presidente Dilma sobre aplicação do Código Florestal a esses produtores e espera decisão equilibrada

Na expectativa da aprovação da presidente Dilma Rousseff sobre as mudanças no Código Florestal, a senadora e representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu, espera que a nova lei traga um tratamento diferenciado ao pequeno produtor. O assunto, que já foi levado para a presidente Dilma, visa buscar alternativas de manter a mata ciliar conforme o tamanho do corpo d'água e da propriedade. Segundo ela, a produção, a produtividade e a rentabilidade do agricultor familiar é totalmente diferente do grande produtor, já que o pequeno não pode dispor de grandes quantidades de áreas.

''Imagine uma pequena propriedade com um rio muito grande. Se o produtor tiver que manter uma mata ciliar muito grande, a produção ficará comprometida'', alerta Kátia. Ela acrescenta que já para o grande produtor, 100 metros de mata ciliar, por exemplo, não vai fazer praticamente nenhuma diferença. A senadora explica que o Código ainda está em um processo de amadurecimento e acredita que a presidente da república não fará nada precipitado. ''Esperamos que uma boa parte das leis colocadas no documento sejam aprovadas''.

Questionada sobre a movimentação dos ambientalistas que pedem o veto de Dilma, Kátia acredita que a presidente deverá se basear no critério da imparcialidade, respeitando o Congresso Nacional que aprovou o projeto. A senadora acredita que o executivo poderá vetar um ou outro artigo, podendo desagradar a bancada ruralista, mas acredita que o resultado final tende a ser favorável para ambos os lados. Kátia acrescentou que os ambientalistas estiveram por muitos anos no poder e que agora é a vez da democracia.

A senadora sublinhou que mais do que manter a produção, o novo Código trará para o produtor uma segurança jurídica. ''Aqueles que desmataram alguma área por falta de conhecimento, terá a oportunidade de compensar o que foi devastado sem que haja a necessidade de multa'', destaca a senadora. Kátia completa que não há anistia no Código e que as multas são aplicadas quando o produtor não recompõe a sua área. Segunda ela, o Brasil tem uma das leis ambientais mais rígidas do mundo e, por causa disso, vai propor na Rio+20, evento que ocorre em junho deste ano, uma proposta de padronização das APPs em âmbito global para tentar tornar as regras mais justas.

Ricardo Maia

Folha Web

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