quarta-feira, 24 de abril de 2013

Embrapa, passado e futuro



A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nasceu como resposta do governo federal a crises de abastecimento de alimentos na metade das décadas de 1960 e 1970, da necessidade de aumentar e diversificar as exportações e de reduzir os preços dos alimentos, que pressionavam salários urbanos. Essas ações foram fundamentais para a política de industrialização brasileira vigente na época.

Políticas anteriores, como investimentos em armazenamento, extensão e crédito rural, não aumentaram a produção agrícola no ritmo da demanda. O ministro da Agricultura na ocasião, Luiz Fernando Cirne Lima, determinou então à Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural a criação de um grupo para estudar por que a agricultura não respondia aos estímulos do governo com o incremento da produtividade. O professor José Pastore, da Universidade de São Paulo (USP) e integrante da equipe do então ministro Antônio Delfim Netto, da Fazenda, liderou a equipe formada, em sua maioria, por recém-egressos dos cursos de doutorado no exterior nas áreas de ciências sociais.

O grupo concluiu pela necessidade de criação de uma instituição de Pesquisa Agropecuária de âmbito nacional, com flexibilidade para gerir pessoal e orçamento, baseada em pesquisadores de experiência e competência internacionais. A forma jurídica proposta foi de empresa pública de direito privado. Em dezembro de 1972, a Lei n.° 5.851 criou a Embrapa e sua inauguração ocorreu em 26 de abril de 1973, há 40 anos.

A Embrapa organizou-se em centros nacionais especializados e desenvolveu amplo programa de formação de pesquisadores. Trouxe os agricultores para dentro de suas unidades e criou vínculos com a pesquisa do mundo todo. No período de 40 anos, tem-se fundamentado nos mesmos princípios: centrada nos problemas dos agricultores, da agricultura, das exportações e da alimentação do povo brasileiro; com presença nacional, ela investe na qualidade e competência de seus servidores e está presente nos países desenvolvidos por intermédio de laboratórios especializados (Labex), e coopera com países em desenvolvimento das Américas, na África e na Ásia.

A Embrapa, com seus 47 centros de pesquisa, está presente em todas as regiões do Brasil, de norte a sul. Seus 2.427 cientistas, dos quais 1.789 com doutorado e 242 com pós-doutorado, realizam pesquisas nos principais produtos (por exemplo, grãos, pecuária, frutas e hortaliças), em temas estratégicos (por exemplo, biotecnologia, nanotecnologia, agroindústria) e para os principais ecossistemas brasileiros (Semiárido, Amazônia, Cerrados, Pantanal).

Dentre as tecnologias e soluções desenvolvidas pela empresa e suas instituições parceiras, destacam-se: 1) Inovações para a inserção dos Cerrados ao sistema produtivo, hoje representando mais da metade da produção de grãos e significativa participação na produção de carne bovina; 2) a fixação biológica de nitrogênio em soja, representando uma economia em insumos para os agricultores da ordem de US$ 8 bilhões anuais, além dos benefícios ambientais; 3) o desenvolvimento de variedades de culturas, particularmente para regiões tropicais; 4) a disseminação de pastagens melhoradas para a Pecuária de Leite e de corte; e 5) desenvolvimento e aprovação do feijão transgênico, livre do mosaico dourado.

Desde a criação da Embrapa até hoje, a agricultura brasileira deu enorme salto. Do lado da demanda, o mercado interno cresceu em consequência do aumento da população, da renda per capita e dos programas de transferência de renda do governo; o aumento populacional e a elevação da renda per capita em âmbito mundial também explicam o espetacular crescimento das exportações de produtos do agronegócio.

Mas o fator unificador que explica o sucesso do agronegócio é a tecnologia. Estudos econométricos da Embrapa, com dados do Censo agropecuário de 2006, mostraram o domínio da tecnologia em explicar a variação da produção. Naquele ano, a tecnologia explicou 68,1%, o trabalho, 22,3% e a terra, tão somente 9,6% do incremento da produção. A área explorada expandiu-se muito pouco. Isso tem enorme implicação para as políticas de proteção do meio ambiente.

As exportações do agronegócio têm respondido por 40% da totalidade do saldo na balança comercial brasileira. Assim, a tecnologia ajudou o Brasil a abastecer o seu povo a preços estáveis e garantiu elevado saldo da balança comercial. Em 2012 o saldo do agronegócio valeu US$ 79,4 bilhões.

Quanto ao futuro, o desenvolvimento da agricultura e do agronegócio dependerá, cada vez mais, do uso da ciência e tecnologia, desenvolvida no País ou incorporada do exterior. Estamos no limiar de nova revolução tecnológica em ciências agrárias e afins, destacando-se o potencial da biotecnologia moderna, da.nanotecnologia, da bioquímica e de sistemas de informação. Com tecnologias mais eficientes garantiremos o suprimento interno e exportações de alimentos, fibras, agroenergia e produtos florestais, em escala crescente.

Nos próximos anos, a Pesquisa Agropecuária fortalecerá a incorporação de mais de 3 milhões de pequenos produtores ao mercado, ajudando a aumentar sua renda e seu bem-estar, por meio da tecnologia; o desenvolvimento de produtos numa proposta de prevenção de doenças via alimentação mais saudável; a geração de tecnologias mais apropriadas à agricultura nas Regiões Norte e Nordeste, cujas rendas médias estão bem abaixo das médias nacionais; a ampliação de conhecimentos e tecnologias amigáveis ao meio ambiente; o desenvolvimento de máquinas, equipamentos e sistemas de produção para poupar mão de obra nas atividades agrícolas, cada vez mais escassa e cara.

O desenvolvimento da agricultura dependerá, cada vez mais, do uso da ciência e tecnologia.

Desafios não faltam.

Respectivamente, presidente e fundador da EMBRAPA.

Maurício Lopes e Eliseu Alves
O Estado de São Paulo
23/04/2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Seminário debate questão agrária no Brasil e na França




Como as agriculturas brasileira e francesa se desenvolveram ao longo do século 20 e vêm avançando no cenário atual? Quais os pontos de contato entre as políticas agrícolas dos dois países? Para responder estas e outras questões será promovido, em Paris, capital da França, nesta quarta (24) e quinta-feira (25), o seminário franco-brasileiro Diálogos Contemporâneos Acerca da Questão Agrária e Agricultura Familiar no Brasil e na França. 


O diretor do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Nead/MDA), Roberto Nascimento, vai participar do seminário e estará na mesa Perspectivas e Cenários para a Agricultura Familiar Francesa e Brasileira no Século XXI, ao lado de pesquisadores como Marc Dufumier, do AgroParisTech; Sergio Leite, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ); e Caio França, do gabinete da Presidência da República do Brasil. 


Para Nascimento, o seminário será uma oportunidade de discutir de forma aprofundada experiências de ambos os países. “Apresentarei os eixos da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, que será realizada pelo MDA em outubro. Do ponto de vista da construção de novas políticas e da atualização das já existentes, a Conferência vai contribuir para que tenhamos, daqui a duas décadas, um cenário melhor para a agricultura familiar brasileira, com os homens e as mulheres do campo atuando como protagonistas desse projeto nacional de desenvolvimento”, destaca. 

Reflexão sobre o rural 

O objetivo do evento é discutir questões variadas do rural brasileiro e francês, em especial relativas à agricultura familiar, à reforma agrária e à política pública, buscando analisar a situação atual e traçar novas perspectivas para o futuro. O encontro franco-brasileiro visa, também, incentivar parcerias entre instituições dos dois países com o intuito de promover atividades de pesquisa e de cooperação científica. 


O seminário Diálogos Contemporâneos Acerca da Questão Agrária e Agricultura Familiar no Brasil e na França é organizado pelo Laboratório Dinâmicas Sociais e Recomposição dos Espaços, pelo Centro Nacional da Pesquisa Científica e pelo AgroParisTech, que é o Instituto de Paris de Tecnologia para Vida, Alimentação e Ciências Ambientais. 


Na coordenação do encontro também estão pesquisadores brasileiros, como Magda Zanoni, do Nead/MDA; Lovois de Andrade Miguel, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PGDR/UFRGS); e Sonia Bergamasco, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

Portal MDA


23/04/2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Timac Agro lança fertilizante nitrogenado para Região Sul


Para maximizar o aproveitamento do nitrogênio pelas plantas, a TIMAC Agro lança para a região Sul do Brasil a tecnologia SULFAMMO MeTA, onde uma dupla membrana é incorporada ao fertilizante no processo de granulação. Disponível desde 2010 no Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país, o fertilizante nitrogenado se mostrou eficiente mesmo em condições de altas temperaturas, precipitações concentradas e solos arenosos presentes nestas regiões.


O SULFAMMO MeTA é indicado para todas as culturas que demandam nitrogênio, como milho, trigo, arroz, café, algodão, pastagens, feijão, cana-de-açúcar, reflorestamento, fruticultura e hortaliças. “O residual do nitrogênio do Sulfammo MeTA no solo é superior as fontes tradicionais. E, assim, podemos ter importantes ganhos operacionais”, explica o gerente de Marketing da TIMAC Agro, Giancarlo Ribas Valduga.



Outro aspecto positivo é o incremento na produtividade, exemplificada pelo produtor de milho Maicon Cordeiro, de Correntina, na Bahia (BA). Com o fertilizante convencional (uréia), o rendimento havia sido de 180 sacas de 60 quilos por hectare. “Com a nova tecnologia, pulou para 200 sacas por hectare”, garante o produtor.



Conforme o produtor de milho Katsumi Deai, de Formosa do Rio Preto (BA), a nova tecnologia também melhorou o operacional da fazenda. “Antes atrasava muito a aplicação e com o Sulfammo MeTA não se perde nitrogênio por volatilização”, destaca. “Diante de todos estes argumentos, é possível afirmar que o Sulfammo MeTA é o fertilizante nitrogenado com o melhor custo benefício do mercado”, completa o gerente da TIMAC Agro.


15/04/2013

O alto custo da submissão ambiental



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No final da década de 1980, o Brasil tinha um dos sistemas de geração de eletricidade mais eficientes do mundo, que oferecia tarifas a custos módicos aos consumidores comerciais e residenciais e tinha um alto nível de segurança. Por ser baseado em quase 90% em usinas hidrelétricas, detinha a vantagem estratégica de poder “armazenar energia” em forma de água, pois os reservatórios das usinas tinham reservas para até dois anos seguidos de chuvas insuficientes, o que diminuía consideravelmente os riscos para o abastecimento. Sem entrar na discussão sobre as mudanças estruturais implementadas na década de 1990, que converteram a eletricidade em commodity, as vantagens do sistema desapareceram, com as tarifas decolando para os níveis mais altos do planeta e a segurança do abastecimento comprometida pela submissão de sucessivos governos aos ditames do movimento ambientalista-indigenista internacional.
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Há duas décadas, os reservatórios das hidrelétricas brasileiras detinham reservas que lhes permitiam enfrentar até dois anos seguidos de chuvas insuficientes. Hoje, com as rigorosas restrições impostas ao tamanho dos reservatórios por critérios ambientais, esta capacidade caiu para apenas seis meses e, considerando as usinas que deverão ser concluídas nos próximos anos, deverá cair para menos de cinco meses, até 2015. Tal vulnerabilidade constitui um verdadeiro crime de lesa-pátria, que se permitiu ser perpetrado contra o País, por conta de sucessivas concessões e omissões, e do qual toda a sociedade está sujeita às suas eventuais consequências.
Outro grave “impacto ambientalista” sobre a expansão da infraestrutura energética têm sido os grandes atrasos impostos aos empreendimentos pelos processos de licenciamento, com frequência, causados deliberadamente por tecnocratas ideologicamente comprometidos com as causas ambientalistas e indigenistas, encastelados, principalmente, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Em uma audiência na Câmara dos Deputados, em maio de 2007, o então ministro interino das Minas e Energia, Nelson Hubner (atual diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica-ANEEL), apresentou os resultados de um levantamento referente a 63 empreendimentos licenciados pelo IBAMA, entre 1997 e 2006. Neles, a concessão da Licença Prévia (LP), sem a qual o projeto de engenharia não pode ser iniciado, levou em média seis anos e meio – contra os 18 meses previstos pelos prazos legais regulamentares.
A campanha contra a usina hidrelétrica de Belo Monte se tornou emblemática da investida ambientalista-indigenista contra o País, cujo objetivo maldisfarçado é impedi-lo de exercer a sua soberania plena sobre a ordenação física e econômica do território nacional. Originalmente, a usina, que originalmente se chamava Kararaô, era uma das seis que se pretendiam construir na bacia do rio Xingu, de forma a maximizar o aproveitamento múltiplo do rio. Entretanto, as sucessivas concessões ao ambientalismo-indigenismo acabaram por descaracterizar totalmente o projeto, além de atrasá-lo em mais de duas décadas. Entre elas, além do próprio nome da usina, destacou-se a redução do seu reservatório a um terço do tamanho original, o que, além de reduzir a potência nominal, de 15 mil MW para 11,2 mil MW, fará com que a potência firme fique em torno de 4 mil MW, caindo para apenas cerca de 1.000 MW nos períodos secos (ironicamente, esse baixo rendimento é uma das principais críticas feitas pelos opositores “verdes” do projeto, indiretamente responsáveis por ele).
Embora o afastamento deliberado do Estado da expansão do setor energético, a partir da década de 1990, tenha contribuído para o atraso na implementação do projeto, se pelo menos Belo Monte tivesse sido construída com a configuração e no prazo originalmente previstos, possivelmente, o País teria sofrido menos os efeitos do “apagão” de 2000-2001 e, agora, estaria bem menos vulnerável à ameaça de um novo racionamento.
Outra vítima da fúria “verde” foi o programa nuclear, cujo avanço foi, também, grandemente prejudicado pelas vacilações governamentais em relação ao setor. Como resultado, a conclusão das usinas Angra 2 e 3, remanescentes do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, da década de 1970, foi longamente atrasada. A primeira entrou em operação apenas em 2000 e a segunda só deverá começar a operar em 2016. Assim como no caso de Belo Monte, se a última já estivesse concluída, haveria menos riscos para o sistema elétrico integrado.
Em todos esses casos, a miopia estratégica e a tibieza política das lideranças nacionais se combinaram para agravar um problema que, hoje, representa um sério entrave e um risco para as perspectivas de crescimento da economia, já por si prejudicadas pelos efeitos da crise sistêmica global. A esperança é que o choque de realidade da presente ameaça seja forte o suficiente para catalisar uma imprescindível mudança de rumo, que possa afastar definitivamente a influência do fanatismo “verde” na formulação das políticas públicas brasileiras.
Movimento de Solidariedade Íbero-americana
Disponível em: Blog do ambientalismo
Publicado em: 22/01/2013

Pesquisadores tentam salvar o café das mudanças climáticas



O Brasil é o maior produtor de café do mundo, responsável por 25% da produção global. Mas isso pode mudar com as alterações no clima previstas por pesquisadores.
O café é a bebida preferida do mundo e a commodity mais requisitada depois do petróleo. Mas ele pode estar ameaçado pelas mudanças climáticas. Com um quarto da produção mundial, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do planeta, e o consumo da bebida aumenta cada vez mais. Segundo o IBGE, a estimativa para o ano de 2013 no Brasil é de colher 47,8 milhões de sacas de 60kg de café, mais de 2 milhões de toneladas.
No entanto, pesquisadores afirmam que as alterações no clima podem influenciar na produção do grão. Especialmente o café do tipo arábica, sensível a altas temperaturas, pode ter a produção seriamente prejudicada. Para evitar problemas no futuro, pesquisadores fazem simulações e tentam achar uma maneira de manter o cultivo, mesmo em situações adversas.
Previsões pessimistas
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estima que as temperaturas ao redor do globo podem subir de 1,8ºC a 4ºC até o final do século 21. O que, segundo especialistas, apresenta sérios desafios para a indústria cafeeira nas próximas décadas.
No Brasil, o tipo café mais ameaçado é o arábica, que representa 73% do grão colhido no país. A temperatura ideal para este tipo de café é de 18ºC a 22ºC. De acordo com o professor Hilton Silveira Pinto, pesquisador e professor da Unicamp, o aumento de 1ºC na temperatura já implicaria na perda de cerca de 25% da produção.
Isso porque se durante o florescimento das árvores houver um único dia de temperatura acima de 23ºC, a perda de flores é significativa. O professor comenta ainda que, nos últimos anos, em algumas regiões como São Paulo, foram registrados até 10 dias com temperaturas acima de 23ºC no período de setembro a outubro.
Pinto explica que, numa previsão mais pessimista e extrema, em que o aumento da temperatura fosse de 3ºC – o que aconteceria entre 2030 e 2040 –, a queda na produção de café poderia chegar a 30 milhões de sacas. O que significaria uma quebra de safra de 90%, ou seja, 10,6 milhões de hectares de café a menos.
Atualmente são produzidos cerca de 2 milhões de toneladas de café por ano. Com o aumento de 1ºC, esse número cairia para 1,54 milhão. Com 3ºC a mais, a produção seria de apenas 840 mil toneladas por ano. E num caso crítico, com 5,8ºC de aumento na temperatura, a produção cairia para 160 mil toneladas.
A caminho da serra: plantar em lugares mais altos pode ser a solução para escapar do aumento da temperatura

Leia mais em http://dw.de/p/18EKf
  • Data 17.04.2013
  • Autoria Kamila Rutkosky
  • Edição Francis França

Plantio direto garante redução nos custos da agricultura




O plantio direto – sistema que dispensa o revolvimento do solo e evita erosão com semeadura direta na palha sob o solo – está em pleno crescimento no Brasil, garantindo a redução nos custos de produção, especialmente de grãos. O melhor exemplo vem do Rio Grande do Sul, com 90% de sua área plantada já dentro do novo sistema. A informação foi dada pelo engenheiro agrônomo Dirceu Gassen, da Cooperativa de Agricultores de Plantio Direto, durante palestra no Seminário sobre o Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado em 15 abril.

No início da década de 90, o Rio Grande do Sul tinha apenas 4% de sua fronteira agrícola no sistema de plantio direto. Além disso, com a inovação, segundo Gassen, a erosão do solo na região foi reduzida em 96%.

O Seminário, uma parceria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mostrou aos participantes o avanço do sistema do plantio direto, que vem representando melhorias na produtividade e redução nos custos de produção do agricultor. “Na verdade, estamos presenciando a ascensão da segunda geração de agricultores brasileiros que nunca usou o arado”, destacou Gassen.

Resultados concretos – Segundo o agrônomo, o plantio direto, sistema que surgiu no Brasil na década nos anos 70 e se fortaleceu na década de 90, enfrentou inicialmente a desconfiança dos produtores. Ao longo desse tempo, no entanto, os ganhos obtidos pelos agricultores que aderiram à nova técnica foram concretos.

Gassen lembrou que, com plantio direto, foi possível reduzir os custos de produção com fertilizantes, combustíveis e herbicidas, evitando a degradação do solo. Os pioneiros que adotaram o modelo, segundo ele, protegeram o solo e reduziram a perda de água, evitando a erosão da terra. “Foram os verdadeiros semeadores de uma nova maneira de cultivar a terra, sem agredi-la e ainda conseguindo ganhos de produtividade e melhor retorno financeiro”, avaliou.

Para Gassen o sistema do plantio direto é um processo de aprendizagem que está caminhando bem no País. Isso apesar das dificuldades inerentes a tudo aquilo que representa o novo e rompe com hábitos já enraizados. O Brasil possui uma vantagem relativa em relação aos Estados Unidos, por exemplo. Lá o plantio direto é alternado, um ano sim, outro não, devido às peculiaridades do clima. Por aqui, disse, o processo é contínuo. As culturas onde o sistema do plantio direto está mais presente são as do arroz, milho e soja.


Assessoria de Comunicação CNA 
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Publicado em: 16/04/2013.