segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pesquisadores tentam salvar o café das mudanças climáticas



O Brasil é o maior produtor de café do mundo, responsável por 25% da produção global. Mas isso pode mudar com as alterações no clima previstas por pesquisadores.
O café é a bebida preferida do mundo e a commodity mais requisitada depois do petróleo. Mas ele pode estar ameaçado pelas mudanças climáticas. Com um quarto da produção mundial, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do planeta, e o consumo da bebida aumenta cada vez mais. Segundo o IBGE, a estimativa para o ano de 2013 no Brasil é de colher 47,8 milhões de sacas de 60kg de café, mais de 2 milhões de toneladas.
No entanto, pesquisadores afirmam que as alterações no clima podem influenciar na produção do grão. Especialmente o café do tipo arábica, sensível a altas temperaturas, pode ter a produção seriamente prejudicada. Para evitar problemas no futuro, pesquisadores fazem simulações e tentam achar uma maneira de manter o cultivo, mesmo em situações adversas.
Previsões pessimistas
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estima que as temperaturas ao redor do globo podem subir de 1,8ºC a 4ºC até o final do século 21. O que, segundo especialistas, apresenta sérios desafios para a indústria cafeeira nas próximas décadas.
No Brasil, o tipo café mais ameaçado é o arábica, que representa 73% do grão colhido no país. A temperatura ideal para este tipo de café é de 18ºC a 22ºC. De acordo com o professor Hilton Silveira Pinto, pesquisador e professor da Unicamp, o aumento de 1ºC na temperatura já implicaria na perda de cerca de 25% da produção.
Isso porque se durante o florescimento das árvores houver um único dia de temperatura acima de 23ºC, a perda de flores é significativa. O professor comenta ainda que, nos últimos anos, em algumas regiões como São Paulo, foram registrados até 10 dias com temperaturas acima de 23ºC no período de setembro a outubro.
Pinto explica que, numa previsão mais pessimista e extrema, em que o aumento da temperatura fosse de 3ºC – o que aconteceria entre 2030 e 2040 –, a queda na produção de café poderia chegar a 30 milhões de sacas. O que significaria uma quebra de safra de 90%, ou seja, 10,6 milhões de hectares de café a menos.
Atualmente são produzidos cerca de 2 milhões de toneladas de café por ano. Com o aumento de 1ºC, esse número cairia para 1,54 milhão. Com 3ºC a mais, a produção seria de apenas 840 mil toneladas por ano. E num caso crítico, com 5,8ºC de aumento na temperatura, a produção cairia para 160 mil toneladas.
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  • Data 17.04.2013
  • Autoria Kamila Rutkosky
  • Edição Francis França

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