O uso de adubos organomineirais em lavouras e pastagens do Triângulo Mineiro fez com que fosse percebido o aumento de até 25% na produção de milho, sorgo e soja, das safras colhidas no início deste ano. Para agrônomos especialistas em solo, o aumento pode ser ainda maior com a aplicação de técnicas adequadas de manuseio de solo.
Segundo o produtor rural de milho e sorgo, Moacir Moreira de Souza, de Uberlândia, o custo-benefício decorrente do uso de fertilizante organomineral, em sua fazenda, se mostrou vantajoso em relação aos adubos minerais, ainda usados por ele, porém em menor escala, algo em torno de 10%. De acordo com Souza, a produção de milho saltou de 35 para 42 toneladas por hectare, de uma safra para outra, ou seja, mais de 16%, sendo que antes eram utilizados 400 kg de fertilizante por hectare, e, agora, 250 kg. “A planta ficou mais resistente, percebi grandes mudanças”, disse.
Na fazenda do produtor de soja Osvaldo Fernandes Alane, localizada em Tupaciguara, a 70 km de Uberlândia, uma área da lavoura serviu de teste, onde houve beneficiamento por meio de adubo organomineral. Segundo ele, a produção aumentou de 40 sacas por hectare para 50, registrando assim, aumento de 25%. “O custo-benefício vale a pena, pois o investimento é quase o mesmo”, afirmou.
Segundo o professor doutor em Manejo de Solos, Elias Nascentes Borges, o uso do adubo com matéria orgânica somado a algumas práticas de manejo, como rotação de cultura e plantio direto, pode até dobrar o volume produzido nas lavouras. “Se puder agregar a sólidos ácidos (adubo mineral) e matéria orgânica de boa qualidade, vai promover aumento de carga elétrica, isso melhora e traz benefícios”, afirmou.
Para o professor doutor em Solos e Nutrição de Plantas, Hamilton Seron Pereira, a eficiência dos fertilizantes é maior, porque o adubo organomineral cria um processo de proteção que diminui perdas de nutrientes, como ocorre na lixiviação -processo de infiltração da água no solo que lava e retira o fertilizante.
Saldo Positivo
Produção de adubo organomineral em Uberlândia deve quadruplicar
A produção de fertilizante constituído de minerais (nitrogênio, potássio e fósforo) e matéria orgânica em Uberlândia deve quadriplicar no ano que vem. A informação é da empresa de adubo organomineral Geociclo instalada na cidade em 2012, a única da região.
De acordo com o diretor presidente da empresa, Ernani Judice, a escolha de Uberlândia para instalação da primeira unidade da indústria de adubo organomineal se baseou no potencial em agronegócios da cidade. “Como usamos matéria prima de fábricas de matéria orgânica, é preciso estar próximo delas para diminuir custos”, afirmou.
Para o diretor de operações da empresa, Kennedy Carvalho, atualmente, a fábrica do Triângulo Mineiro tem capacidade de produção anual de 25 mil toneladas, e, em 2014, deverá ser de 100 mil toneladas por ano. “A demanda por fertilizantes no país é crescente, tudo o que fizer de organominerias em escala e de boa qualidade vai fazer bem para economia”, disse.
O aumento da produção de adubo organomineral no Triângulo Mineiro ampliará também a área de exportação do produto. Atualmente, a empresa da região possui 13 contratos em negociação com usinas de São Paulo , Goiás , Mato Grosso e outras de Minas Gerais . Segundo Carvalho, 80% da produção dos últimos seis meses foi entregue para Minas Gerais e o restante para São Paulo e Goiás .
Correio de Uberlândia
03/06/2013
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