Quando se fala em aquecimento global, a principal questão de desacordo entre os especialistas é com que profundidade a interação humana afeta a biodiversidade, e os reais efeitos que pode causar no clima do planeta.
As opiniões se dividem entre os que defendem que nossa ação influi direta e drasticamente no meio ambiente e os que chegam a afirmar que tudo não passa de um ciclo natural do planeta.
Entre os que alertam para o aquecimento global e a necessidade extrema de contribuirmos para o resfriamento do planeta está James Hensen, cientista climático da NASA. Em entrevista concedida ao jornal “De Spiegel”, afirma que “se não tomarmos uma atitude os níveis do mar podem subir até 2,74 metros até o fim do século” e isso afetaria pelo menos 40 milhões de pessoas.Segundo Hensen, aproximadamente 102% do aquecimento é motivado pela atividade humana, “o clima estaria esfriando se não fosse pelas emissões provocadas pela humanidade”.
O extermínio da fauna e flora do planeta também é uma preocupação do pesquisador: além do deslocamento para os polos ter se acelerado “o fato de várias espécies estarem confinadas a certas áreas porque os humanos ocuparam grande parte do planeta, fica evidente que para elas será muito difícil migrar. Portanto, é provável que uma grande parcela das espécies da Terra seja extinta.”
Anthony Watts, meteorologista norte-americano, denunciou incorreções nos cálculos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) da ONU. Do ponto de vista de Watts, as estações de medição que ficam em grandes cidades e locais mais afetados pelo calor têm substituído dados das medições em altitudes mais elevadas. Ele acredita que o monitoramento via satélite é o mais adequado, sendo apoiado por outros pesquisadores como o professor de ciências atmosféricas John Christy, da Universidade do Alabama, que já esteve entre os principais autores do IPCC.
Na contra-mão dessas opiniões, Luiz Carlos Molion, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas e representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que o fenômeno do aquecimento global não é relevante, e que a Terra vai esfriar nos próximos 20 anos e que as emissões na atmosfera provocadas pelo homem são incapazes de causá-lo. “A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta”, afirma.
Com base em dados de acompanhamento da temperatura dos oceanos, Molion assegura que estes estão perdendo calor. Para o pesquisador, o derretimento das geleiras não afeta o nível do mar, uma vez que o gelo derretido é apenas superficial. Afirma ainda, que o nível do mar não vem aumentando. “Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global”, defende.
Acreditando ou não na interferência decisiva do homem no fenômeno das mudanças climáticas, o ideal é utilizar com sabedoria os recursos naturais: buscar a adoção de energia limpa e renovável, além do convívio sustentável com a biodiversidade do planeta.
03/05/2010
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