terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Rumo à Ciência: Estudantes da UFFS sem Fronteiras


Sem-Ttulo-11
Arrumar as malas. Essa será uma das atividades para Jaderson Webler e Letiane Hendges, estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), nos próximos meses. Eles foram os primeiros aprovados da instituição no Ciência sem Fronteiras, programa das instituições de fomento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), (CNPq e Capes) –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.
O coordenador do programa na UFFS, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Joviles Trevisol, ressalta que as aprovações são importantes para os estudantes e para a UFFS. “É motivo de alegria para os estudantes contemplados, para os cursos de origem (Ciência da Computação e Engenharia Ambiental) e os campi (Chapecó e Cerro Largo) e para toda a UFFS. Não há dúvida que será uma experiência fundamental para os estudantes, pois agregará muito conhecimento, contatos e relações. A experiência de viver no exterior, por si só, já é fascinante e rica”.
Webler foi o primeiro a ter certeza de que iria. Foram diversas fases de encaminhamento de documentos e confirmações, até que no dia 22 veio um e-mail do DAAD, interlocutor da Alemanha com os responsáveis pelo programa no Brasil. “Fiquei muito feliz. Sempre quis e sempre tive interesse em estudar fora do Brasil. Fui confiante, mas mesmo assim foi uma surpresa”, contou.
O estudante, prestes a completar 21 anos, do curso de Ciência da Computação do Campus Chapecó, foi aceito na universidade que escolheu como primeira opção – são três opções apontadas pelos inscritos. Ele vai para a Technische Universitat München, (Universidade Técnica de Munique), a melhor colocada na área de estudo de Webler na Europa, segundo o site da própria instituição (em www.in.tum.de/en/for-prospective-students/good-reasons/university-rankings.html ). Também se interessou pela universidade pelo fato de que München é o sobrenome de sua mãe e o local de onde os bisavós dela vieram. “Minha mãe ficou emocionada. Temos um livro da família e pretendo rastrear pessoas com o mesmo sobrenome dela”, afirmou.
O estudante da UFFS buscou a informação do ranking antes da inscrição. Também buscou muitas outras: soube, por exemplo, por pesquisas na internet, que além da excelência no ensino de sua área, a universidade de München possui um centro esportivo completo, inclusive oferecendo a possibilidade de seus estudantes praticarem esportes de inverno, com ski e snowboard. Também tomou conhecimento que há uma linha de metrô na universidade e viu o alojamento da instituição alemã.
Mas não foi somente com relação à universidade que ele buscou se informar. Ainda no segundo ano do ensino médio, quando morava com a família em Cerro Largo (RS), Webler despertou o interesse em fazer intercâmbio. “Como o que eu pesquisei era mais voltado ao trabalho em fazendas, resolvi esperar até a graduação”, revelou.
Para a inscrição no programa, ele também buscou muitas informações na internet. Uma delas o fez economizar. O Exame de Proficiência, exigido para comprovar o conhecimento na língua, foi realizado em um dos locais credenciados que não cobra. A programação do jovem também foi baseada em tudo o que buscou e estudou: ele fez o exame no dia 25 de setembro, já prevendo que sua última data para mandar o comprovante era no dia 27.
Depois de todo o processo, ele continua buscando e pesquisando. Está estudando ainda mais a língua e lendo sobre a universidade.
Webler vai ficar um ano e três meses na Alemanha. Vai ganhar da universidade, três meses de curso de alemão intensivo antes de iniciar as aulas. Terá mensalidade de bolsa, auxílio instalação, passagens aéreas e seguro saúde. Pretende não trabalhar para poder se dedicar ao máximo nos estudos. “Quero estudar em tempo integral. Como lá a qualidade é muito grande, a exigência também será. Se aqui na UFFS, no curso de Ciência da Computação os estudantes já são bastante exigidos, imagina lá!”, explicou.
Ele não se preocupa se, por ventura, perder o semestre que está cursando na UFFS. “Vou continuar fazendo os trabalhos e provas, mesmo sem saber se poderei aproveitar o semestre. E não tenho problema em repetir o semestre depois que voltar”. Webler é bolsista de extensão até dezembro, então conseguirá finalizar sua participação. Mas também é voluntário num projeto de pesquisa de Computação Gráfica, o qual pretende continuar colaborando, mesmo à distância.
Para os interessados em tentar essa experiência, Webler dá um conselho: se preparar com a língua e também financeiramente (para viagens para o exame de proficiência, por exemplo), ter boas notas no curso, prestar atenção nos documentos necessários e nos prazos e pesquisar muito.

Campus Cerro Largo também terá representante em universidade da Alemanha
Outra estudante da UFFS selecionada no Ciência sem Fronteiras foi a acadêmica de Engenharia Ambiental e Energias Renováveis do Campus Cerro Largo, Letiane Hendges. Ela também vai para a Alemanha estudar na Universidade Neubrandenburg, sua primeira opção. “Achei a oferta dela bem interessante, pois aborda um assunto que eu gosto e que terá um bom campo de trabalho depois, se trata de uma parte mais aplicada da engenharia ambiental. Além disso, oferecia bastante vagas”,  afirma.
A escolha do país deu-se em função de sua origem e do contato intenso e frequente com a cultura alemã desde pequena. Com a língua, ela vai se virar muito bem: o uso do dialeto em casa sempre foi muito acentuado. Além disso, durante o ensino fundamental Letiane teve aulas de alemão. “Isso me colocou em contato com o Hochdeutsch (alemão clássico)”, conta.
E o que esse fato vai acrescentar em sua vida? Sem comentários, responde Letiane, que acredita que muitas coisas serão aprendidas na Alemanha: “Vou aprender como é o sistema alemão de conservação do meio ambiente, a sua legislação, como ele implanta essa legislação e assim, quando eu voltar para cá poderei conciliar o que aprendi lá com nossa realidade aqui”.
Tranquila, ela diz que está fazendo uma coisa de cada vez com relação ao preparo dos documentos necessários à viagem. A primeira etapa, segundo Letiane, é providenciar seu passaporte: “Vou fazer uma coisa de cada vez, até porque é tudo muito recente”, pondera.
Quanto aos conselhos para os colegas que desejam pleitar uma vaga nos próximos editais do Ciência sem Fronteiras, ela conclui: “é preciso se inscrever com fé e acreditar que podem conseguir, ter motivação para enfrentar as dificuldades que aparecerem, pois às vezes é um pouco estressante ter que correr atrás dos papéis para o programa e estudar para as matérias do curso aqui. O teste de proficiência não é tão complicado, no edital informa o tipo de teste que tem que ter para ir para cada país”
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03/12/2012



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