No povoado Mangue Grande, em Boquim, região Sul de Sergipe, é difícil encontrar uma propriedade onde não se cultive laranja. Em cada terreno, as histórias se repetem e a atividade passa de pai para filho. Para esses agricultores, a laranja é mais que trabalho, é provedora. No povoado, a citricultura também comprova que investimentos na qualificação da agricultura familiar interferem diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores rurais: quem produz melhor, tem uma renda maior e mais chances de conquistar mercado.
Esse salto qualitativo pode ser verificado através do Programa de Aquisição de Alimentos da Laranja (PAA da Laranja). Executado pelo Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o PAA integra o conjunto de medidas de enfrentamento da fome e da pobreza no Brasil lançado pela presidenta Dilma Rousseff.
Além disso, a iniciativa busca consolidar a agricultura familiar como segmento de mercado - e não mais como atividade de subsistência - através da aquisição direta de produtos de agricultores familiares ou de cooperativas, sem intermediários. A compra da produção é feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e parte dos alimentos é adquirida para a formação de estoques estratégicos e distribuição à população em maior vulnerabilidade social.
Foi por meio do PAA que os agricultores vinculados à Cooperativa dos Produtores Agrícolas do Sul de Sergipe (Cooptasul) conseguiram custear a industrialização do produto in natura e disputar mercado com as fábricas de suco de laranja. Inicialmente, a produção do suco buscava atender as determinações do Programa, que compra a fruta e distribui o suco para famílias em situação de risco alimentar. Hoje, a Cooptasul analisa propostas de Pernambuco, Alagoas e Pará para comercializar o produto.
“A Cooperativa começou a industrializar a laranja para atender à Conab, que paga pela laranja, mas recebe o suco. Esse valor da industrialização é descontado do montante repassado para os agricultores pela Conab. A partir daí, eles começaram a se organizar para industrializar a produção que não é vendida para o PAA e agora estão conquistando outros mercados. Quem adere ao PAA pode participar da Feira de Agricultura Familiar, são programas que se somam”, explicou o técnico em agropecuária da Emdagro, Joetônio Ferreira.
“O valor pago através do PAA representa mais que o dobro do que o agricultor recebia no comércio normal. Com esse dinheiro, conseguimos industrializar o suco da laranja em embalagens descartáveis de um litro e comercializá-lo com mais qualidade. Nossa meta agora é começar a vender o néctar de laranja para outras prefeituras municipais”, afirmou o representante da Cooptasul, Gerson Costa.
O secretário de Estado de Agricultura, José Sobral, explicou que além de estimular a produção de laranja, o Programa aumenta a renda dos agricultores familiares, já que o preço negociado pela Conab (R$ 380 por tonelada da fruta) é muito acima do negociado pelas indústrias de suco. “A indústria de cítricos está pagando R$ 150 pela tonelada da laranja, enquanto a Conab paga R$ 380. A diferença representa um ganho significativo para o pequeno produtor, que pode investir na sua terra, qualificar a sua produção. Esse programa é de fundamental importância para a nossa região citrícola. Estamos ampliando a quantidade de agricultores inseridos no programa e o valor dos recursos. Tínhamos em torno de 600 produtores, estamos partindo para 1.500 agricultores. Tínhamos um volume de recursos entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões e teremos R$ 6 milhões de uma única vez. Valor disponível para ser utilizado ainda este ano”, disse.
Para ler a reportagem completa, acesse o link: http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=155306
Ana Dulce, repórter da ASN
26/12/2012
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