quarta-feira, 29 de maio de 2013

IPCC muda seu alarmismo. Cientistas e imprensa tentam se adaptar

O jornal britânico “The Daily Mail” escreveu que nos anos 70 que cientistas e políticos estavam preocupados pela iminência de uma “idade de gelo”. 
Mas pouco depois mudaram, passando a achar o contrário. Isto porque segundo publicações do estilo da revista americana “Time”, ONGs, ONU, políticos e governos passaram a favorecer os cientistas que falavam de um iminente “aquecimento global” gerado pelo homem.


O que houve? 



De fato, desde o início dos anos 40, as temperaturas mostravam uma tendência para o arrefecimento – explicou o jornal britânico. Os professores então alertavam que se essa tendência continuasse, o mundo sofreria crises de alimentação pela redução das safras provocada pelo frio.

Para a revista “Newsweek” a evidência do arrefecimento era tão forte que os “meteorologistas estavam sendo muito pressionados para lidar com ela”. A revista deplorava que os políticos não acompanhassem essas predições enquanto o mundo entrava numa nova “era de gelo”.


Porém, eis que em 1990 o Intergovernmental Panel on Climate Change  IPCC divulgou um relatório surpreendente: o mundo estaria sofrendo um “aquecimento global” sem precedentes, de consequências apocalípticas. O relatório original foi objeto de mais três atualizações.



O homem estaria aquecendo o planeta e isso seria um crime de dimensões apocalipticas.



O IPCC foi convocado pela ONU, recebia o apoio de mais de uma centena de países, e dizia reunir o consenso de 2.500 dos supostamente maiores especialistas em climatologia e ciências conexas.



O indiano Rajenda K. Pachauri, presidente do IPCC desde 2002, e o então senador americano Al Gore – também apóstolo da mesma ideia –, ganharam em 2007 o Prêmio Nobel da Paz, por conscientizarem o mundo sobre os iminentes e terríveis perigos que esse aquecimento geraria. 



Seguiram-se décadas de polêmicas e denúncias de erros e fraudes nos relatórios do IPCC, nos escritos de Al Gore, bem como o envolvimento desses arautos alarmistas em negócios obscuros que exploravam os pânicos aquecimentistas.



O alarmismo ficou posto numa situação insustentável.



O mais recente esboço do futuro relatório do IPCC – o 5ª da série – muda profundamente a perspectiva e prevê que nos próximos anos a tendência será para o esfriamento global muito lento.



O fato espantoso é que, somando e subtraindo, nos últimos 50 anos a Terra só aqueceu 0,5 graus Celsius.



E segundo os registros do Met Office, o famoso serviço meteorológico inglês, nos últimos 16 anos as temperaturas ficaram estacionárias, com tendência para baixo.



Porém, nesses anos, o “aquecimento global de origem humana” virou uma espécie de dogma científico que não tolerava dissidência. E seus opositores foram estigmatizados como perigosos hereges.



A teoria aquecimentista nunca foi bem testada. Tampouco foi admitida uma verificação da afirmação gratuita segundo a qual o CO2 era o vilão que nos levaria ao fim do mundo.



Os geólogos apontavam que houve períodos nos quais a parte do CO2 na atmosfera foi até mais dez vezes maior que a atual e que é natural passar por oscilações. O mundo pode conviver perfeitamente com mudanças na proporção de CO2.



Na correlação temperatura-CO2, muitos cientistas “punham o carro na frente dos bois”, quando as provas mostram que os níveis de CO2 acompanham as oscilações da temperatura, e não o inverso. 



O cientista australiano David Archibald mostrou a notável correlação entre a atividade solar e o clima da Terra nos últimos 300 anos. Essa correlação que qualquer camponês conhece ficou desconhecida dos aquecimentistas, que insistiam no dogma diabolizador do CO2. 



Na realidade, por detrás dessas teorias científicas abstrusas havia interesses dissimulados. 



Foi uma manipulação para justificar novos impostos e controles – leia-se mais socialismo de Estado.



Foi também uma manipulação para enriquecimentos mal explicados.

Mas, sobretudo, interesses ideológicos: os antigos militantes da galáxia anti-ocidental cuja cabeça era o comunismo soviético, haviam perdido o comando, levando o comunismo a jazer no fundo do desprestígio.


Foi então que, numa arriscada jogada, tentaram implantar um comunismo global disfarçado de verde sob a bandeira do ambientalismo.



Hoje se impõe a evidência de que o “aquecimento global antropogênico” foi um mito: a temperatura global está oscilando bem nos limites normais, e em nossos dias está até um pouquinho mais fria do que a média na maior parte da historia da Terra – concluiu o “Daily Mail”.


Luis Dufaur
29/04/2013

O apocalipse terá de esperar

A verdade inconveniente: as mudanças climáticas estão ocorrendo em ritmo mais lento que o previsto pelos propagandistas dos desastres do aquecimento global



Sempre se brincou que a climatologia é a ciência do achismo, pois não consegue prever com segurança se vai ou não chover no fim de semana. Agora, ela corre o risco de perder o direito de ser chamada de ciência. Na última década, o rigor científico esperado nos estudos climáticos viu-se suplantado por um debate que beira a irracionalidade. Cientistas e ambientalistas se deixaram levar por um tipo de fervor dogmático sobre a necessidade de medidas drásticas para frear a emissão de dióxido de carbono (CO;) decorrente da atividade humana. Na opinião deles, ou se faz isso, ou o aquecimento global causará desastre ambiental de proporções apocalípticas. A complicação é que não se encontrou o meio que permita conter a emissão de gases do efeito estufa sem reduzir a produtividade da economia e o bem-estar das populações. Na semana passada, discutindo com base no prognóstico de um aumento de 2 graus na temperatura média global neste século, os 27 países da União Europeia (UE) confirmaram planos de gastar 20% de seu orçamento anual (hoje daria 24 bilhões de euros) em medidas contra a emissão de CO2. O dinheiro poderia ter melhor destino, pois a visão cataclísmica que a UE se dispõe a enfrentar é, em grande parte, o resultado de estudos manipulados para sustentar a tese de seus autores.
As falhas desses estudos foram claramente expostas por um extenso levantamento publicado pela Universidade de Reading, na Inglaterra. Depois de examinar prognósticos feitos desde 1960, o climatologista Ed Hawkins concluiu que a maioria deles eixou vergonhosamente. A principal falha foi a previsão de uma elevação crescente e rápida da temperatura média do planeta. Ocorreu o contrário. A temperatura aumentou abaixo do esperado pelos cenários elaborados pelos climatologistas para as dirimas décadas e se mantém estável desde 2008 (veja o gráfico na pág. 95). Como a quantidade de carbono jogada pelo homem na atmosfera duplicou em vinte anos, a verdade inconveniente é que é possível que o CO2 nem sequer seja o vilão. O aumento da descrença no alarmismo do aquecimento global, por sinal, já fez desabar o mercado de carbono, mecanismo que permite a compra e a venda do direito de emitir CO2. O valor negociado caiu de 126 bilhões de dólares, em 2011, para 81 bilhões, no ano passado.
A ala pessimista da climatologia estimou que a temperatura média do planeta subiria em torno de 1 grau nos últimos quarenta anos. Nada menos que 95% desses cientistas estavam errados. A elevação no período foi de apenas meio grau. À primeira vista pode não parecer um erro tão grande, mas, usado em modelos de previsão climáticos, o dado inexato se multiplica e pode assumir dimensões absurdas. Uma das conclusões baseadas em dados equivocados é que, se nada de drástico for feito nos próximos dez anos, a temperatura global 1 vai disparar 4,5 graus até o fim do século. Os prognósticos extremados serviram de base para um relatório preparado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (1PCC), órgão da ONU, divulgado com enorme repercussão em 2007. O IPCC deu seu aval à associação do aumento da temperatura às emissões de carbono e pintou um cenário de fim do mundo, do qual se destacam a elevação do nível dos oceanos causada pelo derretimento das geleiras e a inundação de cidades costeiras, como Nova York e Rio de Janeiro. “Não sei se foi incompetência ou loucura. Os cálculos são tão absurdos que mesmo considerando as variáveis que eles utilizam é impossível chegar a iguais resultados”, disse a VEJA o climatologista inglês Nicholas Lewis, crítico feroz dos prognósticos do IPCC.
Lewis refez os cálculos matemáticos com os mesmos números utilizados como base pelo IPCC. O resultado — como consta no estudo publicado no mês passado — foi a previsão de que o aumento da temperatura ultrapassará 1,6 grau até 2100. Isso é menos da metade do previsto no relatório do IPCC. As consequências de uma elevação dessa magnitude são de pequeno impacto: maior incidência de tempestades e a redução no tamanho das geleiras localizadas em pontos extremos do planeta. Não há risco de nenhuma cidade à beira-mar ser submersa. Secas severas são possíveis, mas só em regiões já atormentadas pela falta de água, como as limítrofes do Deserto do Saara. “Os erros nos cálculos que encontrei são para cientistas o equivalente a dizer que um mais um não são dois”, concluiu Lewis.
O IPCC existe desde 1988 e, no momento, prepara um novo relatório sobre o clima para ser divulgado em setembro. Seu conteúdo já vazou na internet, e o que vem aí é mais do mesmo. Os relatórios do IPCC são elaborados por 2000 cientistas de todo o mundo, o que lhes dá aparente credibilidade. Na realidade, predominam entre eles interesses políticos, ideológicos, pessoais e de instituições que nada têm a ver com ciência. O indiano Rajendra Pachauri, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz na condição de presidente do TPCC, insistiu em incluir no relatório de 2007 a duvidosa previsão do derretimento a curto prazo das geleiras do Himalaia. Três anos depois, uma investigação pedida pela própria ONU concluiu que se tratava de especulação. Entrou no relatório porque Pachauri dirige um instituto em Nova Délhi e precisava justificar o meio milhão de dólares recebido de uma fundação americana para estudar precisamente as geleiras do Himalaia. A investigação apontou o uso indiscriminado de estudos, estatísticas e modelos sem base científica na elaboração do relatório do clima do IPCC.
É fato que o comportamento do clima ainda está longe de ser inteiramente compreendido pelos estudiosos. Por que ocorreu uma elevação rápida na temperatura média do planeta no início dos anos 90 seguida por um período de estabilidade que se mantém até hoje? No mesmo ano em que a União Europeia se mobiliza para tentar impedir o previsto aumento de 2 graus na temperatura global, a Inglaterra enfrentou seu inverno mais gelado desde 1962, e ainda nevava em Londres um mês depois do início da primavera. Como o aquecimento global se encaixa nesse cenário gelado? Há suposições, mas não respostas decisivas. Apesar das incertezas, vozes influentes conseguiram inserir o aquecimento global no centro das preocupações mundiais. Não há mesmo como ignorar algo que é alardeado como o prenúncio do fim do mundo.
O mais famoso cruzado do carbono é Al Gore, que foi vice-presidente americano no governo de Bill Clinton. Ele ganhou um Oscar com um filme cuja mensagem era a seguinte: ou se interrompe já a emissão de carbono, ou o planeta vai fritar como ovo na frigideira. É interessante, do ponto de vista sociológico, como um movimento nascido praticamente dentro da Casa Branca foi se tomando mais e mais de repúdio ao capitalismo, à indústria e à civilização moderna. A mensagem de fundo parece ser que o homem violou leis sacrossantas da natureza e não lhe resta saída exceto voltar ao estilo de vida neolítico ou padecer num inferno de fogo. Não é sem razão que o cientista americano Robert Zubrin. em livro recente, põe Gore entre os “líderes de um culto contra a humanidade”. A associação entre clima e punição divina está entre nós desde que um Cro-Magnon espiou pela entrada da caverna e se perguntou quem mandava no raio e no trovão. O conceito do fim do mundo pelo pecado ecológico é mais recente. Quarenta anos atrás, havia a firme convicção de que estávamos às vésperas de uma nova era glacial. Em 14 de agosto de 1976, o The New York Times informou a seus leitores da existência de “muitos sinais de que a Terra pode estar a caminho de outra Idade do Gelo”. No ano seguinte, a revista Time publicou uma capa afirmativa: “Como sobreviver à Idade do Gelo que vem ai. O tema ambientalista é o mesmo, mas mudou a polaridade: em lugar de sucumbir ao frio, a humanidade morrerá de calor.
A atividade humana pode poluir o ar que respiramos e arruinar o ambiente em que vivemos. É bom lutar contra esses estragos ambientais. Mas mexer com o clima do planeta parece estar além da capacidade do homem. Os ciclos de variações climáticas são naturais. Mil anos atrás, a temperatura média da Terra era superior à atual. Há 300, passamos por uma miniera do gelo. Estudos geológicos indicam que faz 50 milhões de anos que o planeta passa por um resfriamento, com queda de 20 graus em sua temperatura média desde então. É bem possível que neste momento a Terra possa estar no finzinho de uma era glacial. A verdade inconveniente que muitos não querem aceitar é que o planeta esquenta e esfria por motivos próprios — e que pouco se pode fazer a respeito.

Felipe Vilicic e Victor Caputo
Revista VEJA
08/05/2013
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx

Faltam mãos para ajudar na horta

Em época de aumento no consumo de alimentos, região de Curitiba tem cada vez menos trabalhadores para garantir verduras e legumes





Os legumes e verduras consumidos em Curitiba estão custando até 14 horas de trabalho por dia nas propriedades rurais que cercam a capital. A expansão das vagas nos setores de serviços, comércio e indústria reduz a população que trabalha diretamente com a terra. E quem persiste na atividade não está necessariamente sendo recompensado pela sobrecarga de trabalho, mostram os dados dos órgãos que acompanham a produção de alimentos na região metropolitana.



O esvaziamento das propriedades rurais, numa época de demanda crescente por alimentos, é reconhecido por Emater, Deral, Ipardes, Smab – órgãos do governo do estado e da prefeitura de Curitiba que reúnem as estatísticas disponíveis.



A produção se manteve em 1,1 milhão de toneladas anuais nos últimos cinco anos, atendendo parte da demanda crescente da capital e região. A população rural até aumentou (veja infográfico), mas a avaliação dos especialistas é de que uma redução contínua da força de trabalho provocou queda da área cultivada, de 47 mil para 43 mil hectares no mesmo período.



“A produção de hortaliças exige mais mão de obra do que a agricultura de grãos. Uma pessoa normalmente dá conta de apenas um hectare”, aponta Iniberto Hammerschmidt, coordenador estadual de olerícolas da Emater. Essa avaliação considera apenas a atividade direta. O número geral de trabalhadores do setor, incluindo pequenas agroindústrias e feirantes, teria caído de 77 mil para cerca de 72 mil no mesmo período. Sem um monitoramento do problema, os especialistas não conseguem apontar quantas pessoas faltam na produção de alimentos na região de Curitiba.



Acostumada a levantar ao amanhecer e a trabalhar até as 21 horas, a produtora e feirante Elizabeth Borgo, da Chácara Morroalto, em Almirante Tamandaré, afirma que “uma jornada de trabalho inferior a 12 horas é impossível”. Quando não está mexendo com os canteiros, ela providencia encomendas, que entrega de casa em casa (às terças), e faz feira no Jardim Botânico (sábados). À noite, ela cozinha geleias e massas. Mesmo em seu dia de folga, o domingo, acaba resolvendo pendências e programando a semana.



Elizabeth é casada e tem três filhos. Das cinco pessoas da família, apenas ela dedica-se exclusivamente à olericultura. A renda bruta da propriedade soma cerca de R$ 5 mil por mês. A chácara tem uma vaga em aberto, mas não encontra trabalhador disponível. “Não pensamos apenas nos lucros”, disse a produtora. “A agricultura orgânica é uma filosofia de vida.”



Os produtores de orgânicos impedem que a oferta de olerícolas não caia na região. A produção passou de 17 mil para 26 mil toneladas de 2008/09 para cá. O volume colhido no cultivo convencional – com uso de fertilizantes industriais e defensivos químicos – caiu 2%.



Por trás dos números



Estatísticas sobre a produção de alimentos no entorno de Curitiba confirmam a redução de mão de obra, mas o quadro só se esclarece com o confronto das informações.



Unidades menores



O número de propriedades rurais até aumentou (veja infográfico), mas houve redução da área de cultivo. As propriedades rurais estariam sendo divididas entre filhos de produtores ou parcialmente arrendadas.



Rural urbanizado



O aumento da população classificada como rural não eleva o total de trabalhadores no campo, conforme os especialistas. Mesmo morando distante, essas pessoas assumem postos de trabalho no comércio, na indústria e na prestação de serviços.



Responsabilidade



O volume de alimentos produzido na região de Curitiba aumentou tanto por habitante quanto por trabalhador da zona rural. Para cada morador, retira-se mais de 4 mil quilos de alimentos das chácaras e sítios. Por trabalhador, esse volume passa de 15 mil quilos.



União familiar



Dificuldades do setor põem em jogo a tradição das colônias



A agricultura na região de Curitiba ainda tem fortes características da época colonial: pequenas propriedades geridas pelos próprios familiares. O cultivo de alimentos se concentrou em hortaliças, cuja renda determina a continuidade do negócio, que persiste em áreas estatisticamente já apontadas como zona urbana.



Para os Tessari, de Lamenha Pequena, bairro de Curitiba, tudo gira em torno da produção agropecuária desde o início do século 20. De origem italiana, moram na chácara e produzem alface, brócolis, beterraba, tomate, pepino. “Trabalhamos juntos desde sempre”, afirma Simone, mãe e avó da família.



A vocação para o trabalho e a união são atestados à cada véspera de feira. A preparação dos alimentos que serão vendidos mantém os oito adultos da família ocupados até 21 horas frequentemente. Eles participam de feiras livre às terças e sábados. No dia seguinte, não há folga. Quem não se transforma em comerciante, continua trabalhando com a terra. Quem vai determinar se a família continuará a produzir alimentos nas próximas décadas é o casal de filhos de MaurícioTessari, que atualmente assume o trabalho pesado na chácara e nas feiras.



Sob as rédeas do mercado, renda não depende de suor



Para garantir o escoamento rápido da produção perecível, o produtor de hortaliças precisa entregar o que colhe pelo preço de mercado. Mesmo quem assume a distribuição e faz feira livre, também segue parâmetros de cotações ditadas pelo varejo, reclamam os horticultores.



Nas negociações com os supermercados, as cotações são pré-determinadas, sem que seja levado em conta o custo da produção nem a possibilidade de aumento nos preços nas prateleiras. “É uma escravidão que não leva a nada”, desabafa a agricultora Elizabeth Borgo, da Chácara Morroalto.



Os alimentos que apodrecem nas gôndolas são descontados direta ou indiretamente dos produtores. Quando não há desconto padrão de 10%, os olericultores relatam que têm de recolher o volume que não foi vendido.



A alternativa encontrada por muitos são as feiras livres coordenadas pela Secretaria Municipal do Abastecimento (Smab). Ao todo, há mais de 60 feiras espalhadas pela capital. Nelas, os agricultores têm maior autonomia na determinação dos preços. Por outro lado, fixam os valores com base em pesquisas feitas em supermercados e outras feiras.



“Não pode colocar o preço muito alto ou muito diferente de outros produtores, senão não vende”, afirma Georgina Ferreira, técnica da Smab que coordena as feiras orgânicas de Curitiba.



Uma alternativa é a realização de mais feiras nos municípios do entorno de Curitiba. Essa ampliação é importante para evitar o êxodo da mão de obra da zona rural, avalia Cícero de Souza, coordenador de Feiras e Sacolões da Smab.



Vitor Santana e Josiliano Murbach

29/05/2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

Nem tudo é leite, nem tudo é fraude



Não tem nada a ver com rebanho, muito menos com o produtor. O problema está fora da porteira. Ainda assim, infelizmente, não há como dissociar a ação da reação em todos os elos da cadeia produtiva. Colocar o leite sob suspeita é provocar prejuízos inestimáveis, como também incalculáveis, do campo à mesa do consumidor. A causa, porém, inquestionável, é mais que legítima. Ou seja, a operação Leite Compensado vai muito além da fraude pelo benefício econômico. Ao envolver questões de segurança alimentar, o crime torna-se qualificado, por atentar contra a saúde pública e o bem-estar da população.



O importante é separar o joio do trigo, o leite bom do leite ruim, as boas empresas e boas marcas daquelas oportunistas, irresponsáveis e descomprometidas com a cadeia produtiva. Como fazer isso? O Ministério Público, a Justiça e a autoridade policial têm a competência legal para identificar, corrigir e punir pessoas e empresas envolvidas. Mas como ficam os produtores de leite, as cooperativas e laticínios idôneos? Quem não deve não teme, é verdade. Mas neste caso, direta ou indiretamente paga o preço junto com aqueles que agiram de má-fé.



É preciso entender e compreender que tem muita empresa boa no mercado. O produto ruim, adulterado, é que é a exceção. E uma forma de reduzir o impacto negativo em toda a cadeia é a conscientização e o esclarecimento da população de que nem tudo é fraude. Do lado das autoridades é preciso rapidez na apuração dos fatos, do inquérito policial à agilidade no resultado das amostras das análises dos investigados. Se há laticínios e pessoas alegando inocência, quanto mais demorada for a investigação, maior o prejuízo financeiro e à imagem dessas empresas, do produtor e da atividade.



O produtor que entrega ou entregava leite para as empresas que estão sendo investigadas é o primeiro impactado. Com o recolhimento das marcas sob suspeita cai consumo, reduz ou cessa a atividade industrial e, por consequência, a captação. Na ponta do consumidor, inevitável a sensação de insegurança, que afeta e reduz o consumo do produto mais nobre da dieta alimentar da população, no Brasil e no mundo. Assim, a retomada, o resgate da indústria do leite depende primeiramente da celeridade das investigações e da punição dos responsáveis, sejam eles pessoas ou empresas, o público ou o privado.



Por que o público? Porque se há fraude é porque há falhas no processo de inspeção e rastreamento do produto e cabe aos órgãos públicos, em especial ao Ministério da Agricultura (Mapa), garantir a sanidade dos produtos agropecuários. Se do lado do privado adulterar é crime, ao permitir a fraude o público é, no mínimo, corresponsável, mesmo que involuntariamente – embora não esteja descartada a participação de fiscais do Mapa no esquema. Até porque não dá para imaginar que milhões de litros de leite saiam das propriedades, cheguem à indústria e vão parar nas gôndolas dos supermercados sem a devida inspeção e fiscalização.



Paraná e Rio Grande do Sul, estados que estão no centro da crise, são responsáveis pela produção de quase 8 bilhões de litros por ano. Eles dividem a segunda colocação no ranking nacional de produção. O primeiro colocado é Minas Gerais, terra do atual ministro da Agricultura, Antônio Andrade, com quase 9 bilhões de litros por ano. O próprio ministro, inclusive, é produtor de leite. Ou seja, o leite produzido no Sul, assim como a fraude que está sendo investigada, não é um problema somente dos estados do Sul. Depois de industrializado, o produto é distribuído para vários estados brasileiros. Isso quando não é exportado, na versão em pó ou de outros derivados, como queijo ou bebidas lácteas.



O Paraná também detém o status de uma das maiores e mais tecnificadas bacias leiteiras do país. A Região dos Campos Gerais, berço da imigração holandesa, tem um dos rebanhos mais produtivos, conduzidos pelas cooperativas Capal, Castrolanda e Batavo. A produção e industrialização de leite estão no DNA dessas comunidades. O negócio deles é leite, com o diferencial de que eles estão em todos os elos da cadeia produtiva, o que limita as possibilidades de fraude. Há maior controle de todas as etapas da produção, do campo ao laticínio, quase que sem atravessadores. Não dá, portanto, para comparar os diferentes como iguais. Não dá para deixar de tomar leite por causa de uma ou outra empresa, de uma ou outra pessoa.



Bem como não dá para ignorar que há falhas no processo que precisam ser corrigidas. Controlar e rastrear a produção é o mínimo que se espera das autoridades. Ninguém está livre dos criminosos de plantão. Mas adulterar milhões de litros não é o mesmo que fraudar o produto que sai de uma fazenda ou que chega na casa de um consumidor. Estamos falando de milhares de produtores e de milhões de consumidores. Aliás, esta aí a pergunta a ser respondida. Como e há quanto tempo isso tem sido permitido?

28/05/2013
Giovani Ferreira

Mais um momento para repensar o leite no Brasil



Os recentes episódios envolvendo fraudes no transporte de leite no Rio Grande do Sul, caprichosamente às vesperas do Dia das Mães, expuseram mais uma vez fragilidades na cadeia de fornecimento de leite e nos remeteram de volta a 2007, quando foi deflagrada a Operação Ouro Branco, nos dando a talvez falsa sensação de que, nesses 6 anos, pouco avançamos nesse quesito.

Garantir a qualidade não é tarefa fácil em um mundo globalizado. Com cadeias de suprimento cada vez mais longas e com o aumento da escala, perde-se o contato com etapas de produção que, antes, eram acompanhadas de perto pelas empresas. Tivemos recentemente o caso da carne de cavalo na Europa; uma empresa processa, vende para outra, o produto é embalado com uma marca de um terceiro e, finalmente, ganha o mercado. Não raro, um produto alimentício tem ingredientes provenientes de diversos países, como uma linha de montagem global. 

Garantir a qualidade e a conformidade de cada ingrediente e de cada etapa de produção passa a ser um significativo desafio, ainda mais quando a busca incessante por custos mais baixos para competir faz com que fornecedores digamos, menos tradicionais, sejam selecionados – como foi o caso da carne romena, que continha carne eqüina no meio da bovina. O problema é que esse produto, ao ser embalado sob determinada marca, evidentemente passa a ser identificado como tal junto ao mercado. A solução passa por um rigoroso processo de certificação dos fornecedores, além de monitoramento da qualidade, o que gera custos extras que, no curto prazo, pressionam os resultados, mas que, no longo prazo, garantem a sustentabilidade do negócio.

Em 2008, na China, um episódio de fraude na cadeia do leite gerou efeitos que perduram até hoje. Naquele episódio, intermediários utilizaram melamina, um produto que eleva a proteína do leite e, de quebra, gera falência renal para quem o consome. 

Mais de 200 mil bebês foram afetados, já que o produto foi vendido para uso em fórmulas infantis, ironicamente onde mais se agrega valor quando se pensa em uso nobre para o leite em pó. Empresas quebraram, a produção estacionou e abriu-se espaço para o aumento das importações, resultando assim em grande parte do volume importado pela China desde então, fazendo a festa dos neozelandeses e norte-americanos que ocuparam este mercado. O chinês perdeu a confiança no produto nacional e prefere pagar um prêmio pelo produto importado. Para refletir.



Marcelo Pereira de Carvalho
21/05/2013
Milkpoint

Pesquisa mostra novas maneiras de incrementar o rendimento do milho

Cientistas no Laboratório de Cold Spring Harbor (CSHL, sigla em inglês) em Nova Iorque finalmente provaram uma hipótese simples para aumentar significativamente o rendimento do milho. Liderada pelo Professor David Jackson do CSHL, a equipe buscou descobrir como a variação quantitativa nas reações químicas que regulam as células tronco de uma planta contribuem para o seu crescimento e rendimento. Segundo Jackson, "Nossa hipótese simples foi de que um aumento no tamanho do meristema de inflorescência irá propiciar mais espaço físico para o desenvolvimento das estruturas que ao amadurecerem se tornam grãos."


Dr. Peter Bommert, um ex-bolsista de pós-doutoramento no laboratório de Jackson, aplicou uma técnica analítica nos híbridos de milho que mostrou os loci de traços quantitativos (QTLs), e a análise apontou para um gene por qual Jackson havia se interessado desde 2001, ao ser o primeiro a cloná-lo, um gene do milho chamado de FASCIATED EAR2 (FEA2). A pesquisa mostrou que ao produzir uma versão mais fraca do que a normal do gene FEA2, é possível aumentar o tamanho do meristema e fazer com que a planta gere sabugos com mais fileiras e mais grãos.


27/05/2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Produção agrícola pode ser sustentável



“O futuro deste sistema agrícola é muito promissor, pelo ganho ambiental que representa para o planeta”,observa agrônomo da Emater-RS





A integração entre lavoura, pecuária e floresta forma um tripé que possibilita haver no campo, um sistema de produção de riquezas sustentáveis, que preservam o meio ambiente. Atualmente, no Brasil cerca de dois milhões de hectares de chão absorvem este sistema de cultivo de grãos, produção animal e de extração de madeira. Na região, mais precisamente nos municípios de Passo Fundo e Caseiros, o processo de implantação das primeiras áreas se iniciou no ano de 2008. Em cada um dos municípios está instalada uma unidade de integração lavoura, pecuária e floresta com três hectares de área em cada uma delas. Por ser uma prática de produção sustentável, o agricultor encontra financiamentos para investir na atividade.



Quem destaca a importância dos projetos é o agrônomo do escritório da Emater-RS de Passo Fundo, Ilvandro Barreto de Mello. “O futuro deste sistema agrícola é muito promissor, pelo ganho ambiental que representa para o planeta”, salienta. Segundo ele, a técnica de integração não é uma descoberta, pois os Incas, no século XIII, já praticavam este tipo de produção sustentável. “Estamos retomando uma prática antiga e com excelentes perspectivas de, aos poucos, ir conquistando novos espaços”, projeta o agrônomo da Emater-RS.



Uma das dificuldades apontadas está relacionada com a mão de obra voltada a atividade, que exige conhecimento em três ramos de produção. “Quem está ou pretende investir no sistema precisa dominar a produção de grãos, de rebanhos e de madeiras. Em uma mesma área trabalhar com estes três itens exige conhecimento triplicado”, complementa Mello.



A integração não exige do agricultor possuir grandes áreas, porque o projeto pode ser desenvolvido e implementado em pequenos espaços como, por exemplo, das unidades de Passo Fundo - que está na localidade de Pulador - e de Caseiros. A produção integrada pode estar abrindo espaço para um novo ciclo econômico, nos campos explorados exclusivamente por atividades únicas, em uma mesma área.



De acordo com o agrônomo, como as duas unidades implantadas na região são recentes não há pelo menos no momento, como apontar qual o volume de recursos movimentado pela atividade. Nos dois exemplos a integração foi feita com produção de grãos, gado de corte e de leite e eucaliptos.



Em um dos exemplos o agricultor incorporou, no espaço de três hectares, o plantio de soja, 40 cabeças de gado leiteiro e mais 800 pés de eucalipto por hectare de área. “Até o momento, é possível perceber que os ganhos estão equilibrados como se no espaço houvesse apenas uma atividade agrícola sendo trabalhada. Existem os números dos grãos e do gado”, enfatiza Mello.



Segundo o agrônomo, a madeira já pode começar a ser explorada comercialmente, mas a tendência é que as árvores permaneçam por mais tempo no local, antes de serem comercializadas. “A opção pode ser de comercializar a madeira quando as árvores atingirem, por exemplo, 30 anos”, comenta. 



Um dos segredos para o sucesso, de acordo com as orientações do agrônomo, está no manejo correto. No plantio dos eucaliptos é observado um espaço de três metros entre as fileiras e dois metros entre as árvores, que são plantadas em linhas triplas. Já entre o conjunto de filas são deixados 14 metros, espaço destinado ao cultivo de grãos, intercalados com pastagens destinadas a rebanhos de ovinos ou bovinos. As plantas garantem aos animais sombras no período de calor excessivo. “A poda dos galhos é realizada conforme a necessidade de luminosidade no solo”, explica.



Para um resultado mais eficaz, também é indicado o controle das invasoras, que pode ser feito por roçada. É importante, ainda, controlar o ataque de formigas nas plantas destinadas a formação da mata.



O sistema integrado é visto como investimento e de grande valia para a preservação do solo. É na formação da floresta que pode estar concentrado o maior lucro da atividade. Uma das perspectivas técnicas é que no decorrer do tempo haja um avanço considerável nesse tipo de empreendimento rural, principalmente dentro daquelas propriedades em que os donos buscam uma diversificação de renda. “A assistência técnica o produtor rural tem ao seu alcance. Interessados em implantar o sistema podem buscar informações na própria Emater-RS.

22/05/2013
Redação Passo Fundo / DM

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Planeta terra cada vez mais sobre pressão!



O título dessa postagem é o mesmo que o Jornal O Dia utilizou para sua matéria absurda sobre aquecimento global. E o fragmento está aí acima. 
Segundo o periódico, que publicou a notícia no ultimo dia 19, a quantidade de dióxido de carbono nunca foi tão alta em 4 milhões de anos. Aproximadamente 400 ppm.
Claro, a não ser que os editores do jornal tenham esquecido que as medições pelo método de Petenkoffer marcaram mais de 400 ppm de dióxido de carbono duas vezes durante o século XIX. Bom, se ninguém avisou eles, sugiro que revisem suas fontes.
Veja a absurda notícia completa nesse link.
Confira logo a abaixo a análise crítica da notícia, feita por Igor Maquieira. Gestor Ambiental erradicado no Rio de Janeiro e que não deixou pedra sobre pedra.
“Começaram a divulgar as patifarias na mídia em geral. Maior concentração de CO2 da história 400 ppm??? Mas se esquecem que isso representa apenas 0,4% de todo o CO2 do planeta. Se esquecem de divulgar que esses dados são de Mauna Loa, que fica no topo de um vulcão no Hawaii e colado no Oceano Pacifico (grande emissor de CO2). Se esquecem de divulgar que no período Criogêniano as concentrações de CO2 chegaram aos incríveis 14,000 ppm devido aos vulcanismo - hoje temos cerca de 550 ativos (basta 1 desses entrar em erupção para ultrapassar toda a atividade industrial do mundo produzida em 1 ano). Se esquecem de divulgar que menor deposição de neve na Geleira Columbia, tem muito mais haver com resfriamento do que com aquecimento; pois quando está mais frio chega menos umidade no verão, causando uma diminuição na quantidade de neve. Ou seja, isso não quer dizer nada! Lembrem-se que as temperaturas dos interglaciais foram de 6º a 10ºC superiores às temperaturas atuais e a concentração de CO2 inferior a 300ppm. (Nature, nov, 2009). E como a mídia gosta de mentir, devia revelar que em 2007 o biólogo alemão Ernest Beck, realizou medições e comprovou que a concentração de CO2 ultrapassou e muito 380 ppm (partes por milhão) em 1820(420 ppm) e 1940(450 ppm), anos estes que a atividade industrial era baixíssima e fato que o IPCC gosta de ignorar em seus relatórios. Cadê a influência humana? Os fluxos naturais de carbono entre os oceanos, vegetação e solos (incluindo os vulcões) totalizam 200 bilhões de toneladas por ano, sendo o homem responsável pela liberação de 6 bilhões; ou seja, uma porcentagem insignificante para correlacionar mudanças no clima com emissões antrópicas.Nos últimos 200 anos a concentração de CO2 ultrapassou essa marca “histórica” de 400ppm. No final da Era Mesozoica  particularmente no Cretáceo (entre 145 e 65 milhões de anos atrás), os níveis de gás carbônico atingiram valores quatro vezes maiores que os níveis do final da Revolução Industrial, chegando a temperatura nos pólos há mais de 10ºC e a média em todo planeta passava dos 38ºC. Porém, não era o CO2 o principal fator e sim a atividade solar extrema que estava entre 3% e 6% superior a atual, produzindo o menor número de nuvens possíveis. A mídia realiza o culto da desinformação chegando até suas casas, com informações curtas e rápidas para não gerar questionamentos no público leigo, apresentando dados falaciosos.
E agora caro leitor, será que o Jornal “O dia” estava enganado? Sim ou claro?
Abraços tropicais.

Fakeclimate
20/05/2013

OEA sugere possível legalização da maconha nas Américas



Um relatório sobre drogas divulgado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) na noite de sexta-feira na Colômbia sugere a possibilidade da legalização da maconha no continente americano.


O documento é o primeiro de uma organização multilateral a admitir a possibilidade de legalização. A OEA reúne os 35 Estados independentes das Américas.

O estudo da organização concluiu que a questão do uso de drogas deveria ser tratada primordialmente como uma questão de saúde pública e que os usuários deveriam ser tratados como doentes, não processados criminalmente.O relatório foi entregue pelo secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anfitrião da Sexta Cúpula das Américas, realizada no ano passado, quando se encomendou o relatório para analisar a chamada "guerra às drogas".

O documento também destaca as grandes somas de dinheiro que poderiam ser poupadas pelos governos com a reavaliação da guerra às drogas.
Apesar disso, o relatório diz que não há apoio suficiente entre os países membros da OEA para a legalização das drogas ilícitas consideradas mais sérias, como cocaína e heroína.

Discussões políticas


"O relatório que a OEA nos entregou hoje é uma peça importante para a construção de um caminho que nos permita enfrentar esse problema", afirmou o presidente colombiano, um dos principais defensores de mudanças na guerra às drogas. "Agora que o trabalho real começa, que é a discussão (do relatório) no nível político", disse.
"Vamos deixar claro que ninguém aqui está defendendo nenhuma posição, nem legalização, nem regulação, nem guerra a qualquer custo. O que precisamos fazer é usar estudos sérios e bem considerados como esse que a OEA nos apresentou hoje para buscar melhores soluções", disse.
Insulza, por sua vez, disse que o objetivo do relatório era "não esconder nada" e mostrar como o problema das drogas "afeta cada país e região, o volume de dinheiro que as drogas fazem circular e quem se beneficia dele, mostrar como as drogas corroem a organização social, a saúde pública, a qualidade do governo e até mesmo a democracia".
O relatório chama a atenção para o fato de que as Américas são a única região do mundo na qual todas as etapas relacionadas às drogas estão presentes: cultivo, produção, distribuição e consumo.
Além disso, indica o documento, a região concentra aproximadamente 45% dos usuários de cocaína do mundo, cerca de 50% dos usuários de heroína e um quarto dos consumidores de maconha.
O consumo de drogas no continente gera, segundo a OEA, US$ 151 bilhões anuais somente com a venda do produto.
"A relação entre as drogas e a violência é uma das muitas causas de temor entre nossos cidadãos e contribui para tornar a segurança uma das questões mais preocupantes para os cidadãos de todo o hemisfério", afirmou Insulza. "Esta situação precisa ser enfrentada com maior realismo e efetividade se quisermos avançar", disse.

18/05/2013
BBC Brasil

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Hortaliças tradicionais de volta à mesa


Epamig faz trabalho junto a produtores em cidades do interior de Minas


Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) estão desenvolvendo estudos com hortaliças não convencionais que eram encontradas nos quintais das casas, mas que perderam espaço na culinária.



Essas hortaliças são aquelas presentes em determinadas localidades ou regiões, que compõem pratos regionais, como frango com ora-pro-nóbis, taioba refogada e doce de batata-doce. São pratos de preparo simples e alto valor nutricional. Entretanto, com uma mudança de comportamento alimentar, essas plantas passaram a ter expressões econômicas e sociais reduzidas e perderam espaço para outras hortaliças.



Com o objetivo de buscar o resgate no cultivo dessas hortaliças e o uso na culinária, a Epamig, em parceria com a Emater-MG, estão conduzindo pesquisas e transferência de tecnologias nessa área. Atualmente, está em desenvolvimento o projeto "Avaliação de sistemas orgânicos no cultivo de hortaliças não convencionais", com recurso da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), na Fazenda Experimental Santa Rita, em Prudente de Morais, Região Centro-Oeste de Minas Gerais.



De acordo com a coordenadora do projeto e pesquisadora da Epamig, Marinalva Woods Pedrosa, o objetivo é avaliar o sistema orgânico de cultivo, sem agrotóxicos, de hortaliças como azedinha, taioba, e ora-pro-nóbis, visando a produção de tecnologias para essas espécies. "Essas espécies já são cultivadas na região, são de fácil cultivo e ricas em nutrientes", explica.



Segundo a pesquisadora, a proposta é incentivar a produção dessas hortaliças através de práticas ecologicamente mais equilibradas e que contribuam para promoção da sustentabilidade social, ambiental e econômica. "A partir desse trabalho foram instalados 28 bancos de hortaliças não convencionais em diversas comunidades do estado, sendo que três desses bancos estão em Fazendas Experimentais da Epamig, em São João del-Rei, Prudente de Morais e Oratórios", afirma.



O Programa "Bancos Comunitários de Multiplicação e Conservação de Hortaliças Não Convencionais" visa o resgate de diversas dessas espécies e também a multiplicação. Este trabalho é desenvolvido em parceria pela Epamig, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Emater-MG e prefeituras municipais. Na Fazenda Experimental, em Prudente de Morais podem ser encontradas no banco de germoplasma mudas e sementes de hortaliças de diferentes espécies, como: araruta, azedinha, almeirão-de-árvore, cará-do-ar, cansanção, feijão mangalô, jacatupé, mangarito, ora-pro-nóbis, peixinho, vinagreira. Algumas dessas hortaliças foram distribuídas para produtores familiares da região que já cultivavam hortaliças convencionais e pretendiam diversificar a produção.



História - O produtor Argentino Faria, que participa do projeto de hortas urbanas em Sete Lagoas, afirma que essas hortaliças são fontes de diversificação de renda. "Produzo azedinha, taioba e ora-pro-nóbis. Vendo um pouco de tudo e também sou consumidor dessas verduras", conta. Com a orientação de extensionistas da Emater-MG os produtores que integram a Associação de Produtores Urbanos de Hortaliças de Sete Lagoas praticam cultivo sem o uso agrotóxicos e com adubação orgânica. "Misturo restos de plantas da horta com cal e faço um composto orgânico. Esse é meu adubo", explica.



Para a chef de cozinha do restaurante Gôndola, Maria Alves, essas espécies há muitos anos fazem parte do cardápio do restaurante. "Diariamente, enfeitamos pratos típicos com flores da capuchinha. As flores apresentam sabor picante e dão um toque todo especial às receitas". Maria, que há mais de 10 anos coordena a cozinha do Gôndola, conta que recebem clientes estrangeiros que querem conhecer receitas da região. "Preparamos pratos sofisticados com essas hortaliças, como risotos com ora-pro-nóbis, suflê de taioba, pesto de azedinha, dentre outras receitas".



Em Belo Horizonte, essas hortaliças tradicionais podem ser encontradas em mercados e feiras de diversas regiões da cidade. Na região centro-sul, o Mercado Central e o Mercado Novo oferecem varejo e atacado dessas folhosas. Já a Feira dos Produtores atende os consumidores da região Nordeste da Capital. A consumidora Rita Silva Losquiano, freqüentadora assídua da feira, conta que essas hortaliças compõem as refeições em sua residência. "Na minha casa consumimos taioba refogada e salada de várias outras hortaliças tradicionais. Na minha infância tínhamos essas plantas no quintal de casa. Hoje moro em apartamento e não cultivo essas folhosas, mas as adquiro no mercado", disse. Sebastião Parreiras da Silva, feirante desde 1981, disse atender donas de casas e também restaurantes em sua banca na Feira dos Produtores.



Quem se interessar em cultivar hortaliças em sua propriedade poderá participar do curso de hortaliças não convencionais, ministrado pela pesquisadora Marinalva Pedrosa, que será realizado durante a 6ª Semana de Integração Tecnológica, em Prudente de Morais, no próximo dia 21 de maio.


17/05/2013