“O futuro deste sistema agrícola é muito promissor, pelo ganho ambiental que representa para o planeta”,observa agrônomo da Emater-RS
A integração entre lavoura, pecuária e floresta forma um tripé que possibilita haver no campo, um sistema de produção de riquezas sustentáveis, que preservam o meio ambiente. Atualmente, no Brasil cerca de dois milhões de hectares de chão absorvem este sistema de cultivo de grãos, produção animal e de extração de madeira. Na região, mais precisamente nos municípios de Passo Fundo e Caseiros, o processo de implantação das primeiras áreas se iniciou no ano de 2008. Em cada um dos municípios está instalada uma unidade de integração lavoura, pecuária e floresta com três hectares de área em cada uma delas. Por ser uma prática de produção sustentável, o agricultor encontra financiamentos para investir na atividade.
Quem destaca a importância dos projetos é o agrônomo do escritório da Emater-RS de Passo Fundo, Ilvandro Barreto de Mello. “O futuro deste sistema agrícola é muito promissor, pelo ganho ambiental que representa para o planeta”, salienta. Segundo ele, a técnica de integração não é uma descoberta, pois os Incas, no século XIII, já praticavam este tipo de produção sustentável. “Estamos retomando uma prática antiga e com excelentes perspectivas de, aos poucos, ir conquistando novos espaços”, projeta o agrônomo da Emater-RS.
Uma das dificuldades apontadas está relacionada com a mão de obra voltada a atividade, que exige conhecimento em três ramos de produção. “Quem está ou pretende investir no sistema precisa dominar a produção de grãos, de rebanhos e de madeiras. Em uma mesma área trabalhar com estes três itens exige conhecimento triplicado”, complementa Mello.
A integração não exige do agricultor possuir grandes áreas, porque o projeto pode ser desenvolvido e implementado em pequenos espaços como, por exemplo, das unidades de Passo Fundo - que está na localidade de Pulador - e de Caseiros. A produção integrada pode estar abrindo espaço para um novo ciclo econômico, nos campos explorados exclusivamente por atividades únicas, em uma mesma área.
De acordo com o agrônomo, como as duas unidades implantadas na região são recentes não há pelo menos no momento, como apontar qual o volume de recursos movimentado pela atividade. Nos dois exemplos a integração foi feita com produção de grãos, gado de corte e de leite e eucaliptos.
Em um dos exemplos o agricultor incorporou, no espaço de três hectares, o plantio de soja, 40 cabeças de gado leiteiro e mais 800 pés de eucalipto por hectare de área. “Até o momento, é possível perceber que os ganhos estão equilibrados como se no espaço houvesse apenas uma atividade agrícola sendo trabalhada. Existem os números dos grãos e do gado”, enfatiza Mello.
Segundo o agrônomo, a madeira já pode começar a ser explorada comercialmente, mas a tendência é que as árvores permaneçam por mais tempo no local, antes de serem comercializadas. “A opção pode ser de comercializar a madeira quando as árvores atingirem, por exemplo, 30 anos”, comenta.
Um dos segredos para o sucesso, de acordo com as orientações do agrônomo, está no manejo correto. No plantio dos eucaliptos é observado um espaço de três metros entre as fileiras e dois metros entre as árvores, que são plantadas em linhas triplas. Já entre o conjunto de filas são deixados 14 metros, espaço destinado ao cultivo de grãos, intercalados com pastagens destinadas a rebanhos de ovinos ou bovinos. As plantas garantem aos animais sombras no período de calor excessivo. “A poda dos galhos é realizada conforme a necessidade de luminosidade no solo”, explica.
Para um resultado mais eficaz, também é indicado o controle das invasoras, que pode ser feito por roçada. É importante, ainda, controlar o ataque de formigas nas plantas destinadas a formação da mata.
O sistema integrado é visto como investimento e de grande valia para a preservação do solo. É na formação da floresta que pode estar concentrado o maior lucro da atividade. Uma das perspectivas técnicas é que no decorrer do tempo haja um avanço considerável nesse tipo de empreendimento rural, principalmente dentro daquelas propriedades em que os donos buscam uma diversificação de renda. “A assistência técnica o produtor rural tem ao seu alcance. Interessados em implantar o sistema podem buscar informações na própria Emater-RS.
22/05/2013
Redação Passo Fundo / DM
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